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Para andar no gelo

domingo, 31 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Quando peguei meu primeiro inverno rigoroso, com neve, ventos gelados e tudo mais, a maior dificuldade que senti foi andar no gelo. Uma simples tarefa, como a de ir à lojinha da esquina se transformava num desafio ao equilíbrio.

No meio da rua não tinha gelo, mas era perigoso andar pela rua. Muitas vezes pedras grandes de gelo caíam do alto dos caminhões e essas pedras eram lançadas longe, quando pegas pelos pneus dos carros que passavam. Não dava nem pra andar pelo cantinho, junto do meio-fio, pois ali a neve retirada da rua era depositada. O morro de neve junto à sarjeta chegava a ter a minha altura em alguns lugares.

Taxi Driving on Snowy Street

Tinha que andar mesmo pela calçada, que era onde ficava o temível gelo. Eu ia devagarzinho, me segurando quando possível. Infelizmente aquelas casas não tinham muro pra gente se segurar. Preferia ir afundando na neve intacta até os tornozelos do que arriscar levar um tombo.

Mas isso tudo acontecia quando eu estava sozinha e ia à pé ao comércio local. O caso é que uma noite um amigo americano me convidou para ir ao cinema que ficava perto de onde morávamos. Por isso resolvemos ir caminhando, mas logo que começamos a andar senti dificuldade para acompanhá-lo. Eu tinha que ir andando devagarzinho, enquanto ele, andava normalmente, como se não houvesse gelo no caminho. Era um mistério.

Snowstorm hits Washington.

"Não consigo andar nessa velocidade!", protestei. Eu não sabia mesmo o que devia fazer para andar rápido naquela superfície escorregadia. Nós paramos e ele me olhou em silêncio por uns instantes. "Vou te ensinar o segredo de andar no gelo", ele disse muito sério e eu fiquei batendo os queixos, mas prestando atenção.

"Você tem que andar com fé. Com fé, entendeu?" Ele me deu o braço e começamos a andar. Andávamos rápido. Em alguns passos, sentia que íamos começar a deslizar, mas antes que isso acontecesse, já estávamos em outra passada!

Fiquei pensando nas estradinhas de barro que muitas vezes passei de carro quando ia para algum sítio ou fazenda no interior do Brasil. Caminhos cheios de buracos, pedras soltas, mato e terra fofa. Tinha que manter uma certa velocidade ao passar por esses lugares, pois se fosse devagar, o carro não conseguiria seguir em frente: ficaria atolado ou preso num buraco. Tinha que ir rápido, passando sobre os obstáculos, sem parar.

Acho que aprendi a caminhar com fé. No barro, no gelo, na vida, tanto faz. O processo é o mesmo.


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Um estranho negócio

sábado, 30 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Quando cheguei no trabalho - uma loja de chocolates em Cambridge, vi uma mulher abrindo uma cadeirinha de praia na calçada. Ela também trazia consigo uma caixa de papelão e outros objetos. Era uma mulher muito branca, de uns 30 anos, com um jeito de mãe e dona de casa. Não era bonita nem feia, nem gorda nem magra. Sua fisionomia era séria, mas tinha um ar ingênuo.

Pretty lips

A fachada de vidro da loja me permitia continuar a ver o que a mulher estava fazendo. Dava pra se notar que ela estava um tanto fora de seu "habitat". Aquele era um lugar onde passavam os turistas e estudantes barulhentos da Harvard, onde músicos e artistas de rua tocavam seus instrumentos atraindo o olhar dos passantes, onde os punks, emos e todas as outras tribos estranhas se reuniam. A presença daquela mulher ali na calçada destoava do resto.

Ela improvisou uma mesinha com a caixa onde colocou potes, tubos e um espelho. Por fim, ficou de pé na calçada segurando um cartaz de papelão. Na loja, os empregados se entreolhavam, como quem diz "O que é isso?", mas não dava pra ver o que havia escrito no cartaz.

Já fazia bem umas duas horas que a mulher estava lá em pé no mesmo lugar na calçada, quando a minha supervisora, a Jo, não aguentou e falou: "Eu vou lá fora ver o que é." Assim, em dois tempos, ela fingiu que ia ver a vitrine do lado de fora e logo voltou: "Ela está se oferecendo para pintar rostos". Não entendi direito. "O que???". A Jo explicou: "Pintar balãozinho, coraçãozinho, estrelinha na testa e na bochecha!" A Jo girou os olhos, foi para os fundos da loja e eu fiquei tentando entender.

Fan

Deu meio dia e a mulher ainda estava em pé no mesmo lugar segurando o cartaz. Era hora do almoço e eu fui lá fora. Pude ver seu cartaz escrito com batom rosa sobre o marrom do papelão. Não havia contraste nenhum. Mal dava pra ler. Ela havia pintado um coração cor de rosa em sua própria bochecha e um balão azul claro em sua testa.

Woman applying make-up

Eu estava chocada. Será possível que com tanta coisa pra fazer pra ganhar dinheiro esta mulher tinha escolhido justamente a coisa mais improvável do mundo? Quem ia sentar ali na cadeirinha e pagar para ela pintar um coração com batom em seu rosto? Era inacreditável.

Voltamos ao trabalho na loja depois do almoço. Duas horas da tarde e a mulher na mesma posição segurando o cartaz. Quatro da tarde. Cinco. Ela não havia atendido ninguém. Nenhum "freguês". A Jo estava ficando nervosa de ver a mulher: "Se ninguém sentar naquela cadeira, eu vou sentar!!! Vou sair daqui com um coração em cada bochecha e um balão na testa!!!" Já estava todo mundo nervoso.

Teenage girl (15-17) wearing stage makeup, side view, close-up

Seis da tarde, já escuro, começamos a fechar a loja. A Jo estava decidida a ser a primeira e única cliente da mulher. Ela merecia. Tinha passado o dia inteiro em pé segurando o cartaz. Entretanto, quando saímos da loja, tivemos uma surpresa! A mulher estava curvada pintando um coração no rosto de um rapaz! Eu e Jo nos abraçamos rindo e quase chorando ao ver a cena que não pude mais esquecer.

No dia seguinte, um domingo, eu tinha que ir num almoço na casa de amigos em outra cidade. Quando o carro pegou a estrada, onde as residências já iam se tornando esparsas, eu vi um garoto bonito e arrumado parado num lugar onde não havia ninguém, só ele. Ao seu lado, uma bicicleta novinha e na sua mão um cartaz onde havia escrito $100.

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Ganhei um presente!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Uma coisa é certa: participando do diHITT a gente faz amigos. Uns nos salvam quando estamos com dificuldades técnicas, como foi ontem de manhã e a Borboletinha que tem dono (EBTD) rapidamente sobrevoou a rede e me ajudou num problema. Quando deixei um recado em seu blog, é porque eu sabia que podia contar com ela de pronto, pois a danadinha está numa atividade tremenda e logo logo conquistará os primeiros lugares do rank.



Mas o dia estava apenas começando... Ontem fiquei o dia todo ocupada com o trabalho e só de noite, quando entrei de novo no dihitt, é que fui encontrar o seguinte recado:




"Leila, eu qria muito te agradecer a força e te dizer que achei muito lindo o seu trabalho com aquarela. Daí fiz 1 vídeo com sua foto e suas pinturas e coloquei no youtube, espero q vc goste."

O recado era da Bárbara - Babby - uma pessoa incrível que conheci no diHITT. Vocês acreditam que ela fez um vídeo-surpresa dedicado a mim e colocou no Youtube??? Não é pra ficar emocionada?

Uma coisa é certa: estou tão ocupada com o trabalho, que quase não tenho tido tempo de ficar no diHITT, mas se tenho continuado é somente por causa de todos os amigos que fiz.

Abaixo, o vídeo que a Bárbara fez pra mim!





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Fiz um parto!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Parto é coisa de mulher, mas todos devem saber o que fazer, pelo menos teoricamente! Acalmar a gestante, calcular o tempo entre as contrações, segurar-lhe a mão quando a dor for muita, amparar o bebê, cortar o cordão umbilical etc.

Mas o parto que eu tive que ajudar não foi de gente. Foi de uma gata! Não estou brincando. Esta gata, prestes a ter seus filhotes, olhava pra mim e miava como quem diz "me ajuda!" Ficou rodopiando entre os meus pés até que parecia que tinha feito um pouquinho de xixi, mas era o líquido amniótico! Quando sai este líquido é sinal que vem neném!

Vinyl Ready Art - Silhouettes

A gatinha deitou a um palmo dos meus pés e começou a fazer força, mas nada dos filhotes saírem. Fazia força de novo e nada... Então eu entrei em ação! Quando ela começou a fazer força, eu amparei suas patas traseiras para ela não deslizar no chão. Mas nada de filhote! A gata me olhava implorando: "Faz alguma coisa!" - ela disse.

Na próxima contração segurei sua cabeça e firmei o seu tórax para os filhotes não subirem. De boca aberta, ela fazia respiração "cachorrinho"! Agora vai! Mas não foi. Chorando, ela entrou na caixa do meu scanner novo que estava no canto do quarto. "Vem aqui!!!!" - disse a gata de novo. Deitei no chão pra poder enxergar dentro da caixa e repeti o processo.

Dessa vez um filhotinho nasceu! Mais força e outro! Dois pretinhos. Força novamente! E veio um branquinho. A última força e mais um branquinho! 4 bebês. O corte do cordão umbilical ficou por conta da gata.

Abaixo uma foto deles no local onde nasceram ainda sujo de sangue.


Tive que esperar uma semana pra poder mexer nos filhotinhos, pois a gata poderia rejeitá-los. Agora já pude colocar os bebezinhos na caminha que comprei pra eles. Ficaram lindos, com 8 dias. Os branquinhos vão ser do tipo siamês... já estão com os rabinhos e orelhinhas mais escuros. Próxima etapa: doação dos bonitinhos e castração da gata mãe. Missão cumprida!



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Exercícios em aquarela

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Ao que parece, me diverti muito com os fascículos da coleção "Desenhe e Pinte". Fiz estas aquarelas, para exercitar, a partir dos exemplos que apareciam na revista. São cópias de artistas diversos. Mas logicamente, escolhi os exercícios que eu me identificava mais. Então vamos lá:

Gosto de paisagens vazias


Gosto de paisagens misteriosas


Gosto de pôr do sol



Gosto de coisas de cozinha


Gosto de objetos espalhados


Gosto de reproduzir umas cenas difíceis


Gosto de flores e cores


Gosto de flores no fundo branco


Gosto de paisagens de lugares frios


Gosto de paisagens isoladas


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Você se lembra?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Ontem fiquei passando a limpo meu caderninho de senhas da internet... Isso mesmo! Tenho um caderno com tantas senhas que volta e meia tenho que dar uma "geral". Só senha boba porque as importantes estão na minha memória.

Aliás, haja memória pra guardar tanta coisa. Não há agenda que dê conta de tudo. Podemos ter os números de telefone, aniversários, mas no final fica tudo uma bagunça. É recado de um, pedido de outro, listas de compras, pequenos avisos, datas e mais datas. Mas muita coisa acaba ficando mesmo em nossa mente. Estamos tão atulhados de informações que às vezes esquecemos até o nosso próprio número de telefone!

Thinkstock Single Image Set

A pior coisa do mundo é quando a gente sai pra comprar um item qualquer, compra tudo o que vê pela frente e ao chegar em casa observa que esqueceu exatamente aquilo que tinha saído para comprar. Ou então quando somos apresentados a uma pessoa e cinco minutos depois já não lembramos mais o seu nome. Mas o terror maior é esquecermos de algo realmente importante: um encontro, o casamento, a prova do concurso ou o aniversário de uma pessoa muito próxima.

Conviver com pessoas esquecidas é sempre um desafio, pois além de termos de nos lembrar das nossas próprias coisas, ainda temos que lembrar dos compromissos da outra pessoa para ajudá-la no dia a dia. Meu pai, por exemplo, era super esquecido e eu vivia ouvindo a minha mãe reclamar dos esquecimentos dele. Entretanto, eu também tive a minha cota de "provação" com o marido esquecido.

Woman with child at airport observing flight times

Íamos viajar e não sei como conseguimos chegar no aeroporto na hora certa. Eu estava tão cansada com a correria dos preparativos que me sentei numa cadeira do saguão de embarque e se deixassem iria ficar ali pra sempre descansando. As crianças estavam ansiosas com a viagem e, cansadas de esperar, pediram refrigerante.

O marido procurou a carteira e não achou. "Esqueci a carteira em casa!" Eu não sabia se ria ou se chorava. Como a gente ia viajar sem dinheiro? O negócio era não perder tempo! Ele foi em casa pegar a carteira. Suspirei preocupada com a correria que seria isso de ir em casa... A hora de nosso voo já estava chegando. "Vai rápido!!!" E ele foi.

Man looking at his watch

Eu só soube do que aconteceu bem depois... Ao chegar em casa, ele descobriu que havia esquecido de levar a chave da porta.

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Mãos Mágicas

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Anos atrás entrei numa "apertação" de gente tão grande que pessoas próximas de mim passavam mal, desmaiavam sem ar, mas não caíam no chão, pois não havia espaço para a queda. Cheguei a perder meu relógio caro, que saiu do meu pulso enquanto fui semi-esmagada pela multidão. Tudo isso para chegar perto de um gênio do teclado que jamais pude esquecer.

Mas todo o sufoco para chegar pertinho desse grande músico valeu a pena. A platéia foi ao delírio! O momento mais esperado foi justamente este do vídeo que coloquei aqui. Exatamente aos 2:47 ele faz sua demonstração de perícia.

Então ouçam, meus amigos, este solo de Rick Wakeman.


Vídeo: Mitzrael7

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A verdade sempre aparece...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Hoje, mais uma vez, iremos voltar no tempo. Iremos voltando até chegar ao início do século passado, precisamente numa casa simples de família numerosa. Na frente do quintal as crianças estão distraídas brincando até que percebem a chegada de um homem.

Vintage image of man with car

"Tio João!!!"- Beatriz o reconheceu de imediato e correu para abraçá-lo. O homem correspondeu ao abraço e exibiu um pacote embrulhado de jornal que trazia consigo: "E hoje lhe trouxe uma surpresa! Vamos entrar que já lhe mostro!"

A família inteira se reuniu na cozinha, enquanto o tio João desembrulhava solenemente o presente. Por fim pôde-se ver do que se tratava: era uma caixinha de madeira polida, como um cubo de uns 12 centímetros de altura. Ele mesmo - excelente marceneiro, a havia feito com capricho. As crianças pareciam decepcionadas.

Vintage image of children with musical instruments

"Vamos! Abra a caixa!" - disse João sorrindo para o pai de Beatriz que, como chefe da família, tinha o privilégio de ver o presente primeiro. As crianças se esticaram para espiar.

O pai de Beatriz puxou a tampa da caixa com o dedo indicador. A tabuinha deslizou e aí veio o susto: de dentro da caixa saiu uma cobrinha articulada, que estava enroladinha e que tinha na boca um pequeno alfinete que espetou de leve, mas rapidamente aquela mão que não sabia do segredo!

Ohhhhhh! Era uma "caixinha mágica"! Todos experimentaram a novidade, menos a tia Isabel, que resmungou dizendo que aquele era um brinquedo impróprio para as crianças.

Vintage image of girl

Mas a partir daquele dia, sempre que vinham visitas, Beatriz se encarregava de escolher uma "vítima" para a brincadeira. Para os que já conheciam o segredo, era o maior prazer enganar os novatos.

Entretanto, um dia a caixinha sumiu. Procura dali, procura daqui e nada de encontrá-la. Todos pensaram que tia Isabel a havia escondido, pois ela não aprovara a brincadeira desde o princípio e vivia pedindo ao pai de Beatriz que tirasse o alfinete da cobrinha. Mas tia Isabel batia o pé e dizia que não havia sido ela. E o mistério do sumiço da caixinha mágica ficou sem solução durante anos.

O tempo passou. Aquelas crianças cresceram e ficaram adultas. Beatriz já era uma mulher feita, quando foi visitar uma de suas amigas de infância, que havia se casado e tivera um bebê.

Vintage image of mother with baby

A visita foi alegre e cordial. Mas num dado momento, o esposo da jovem mãe apareceu com a novidade: "Vou fazer uma surpresa!" E se retirou para outro aposento.

Para a surpresa de Beatriz, quando o esposo de sua amiga voltou para a sala, trazia nas mãos a sua caixinha mágica! Ela ficou calada e participou da brincadeira, abrindo a caixinha com cuidado, pois já sabia do segredo. O rapaz ficou admirado. "Já tive uma caixinha igual a esta", explicou ela.

A jovem mãe baixou os olhos e Beatriz compreendeu quem havia escondido, há anos, sua caixinha mágica. E ela nada disse até ir embora. A verdade, enfim, havia surgido.

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Qual é o seu rótulo?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Quando eu estava na escola e comecei a tirar boas notas, acho que ganhei o rótulo de CDF. Pouco delicado se considerado ao pé da letra, mas na verdade ninguém pensa nas palavras que deram origem à sigla e sim em seu significado: estudioso(a). Entretanto, ainda estava longe de receber também o título de cientista maluco, sendo este mais adequado aos gênios que conheci durante meus anos de estudo.

Student Writing in Notebook

Tive amigas de diversos nomes, mas com certeza muitas delas, principalmente aquelas que adoravam andar na moda e de todas as cores preferiam o rosa, eram chamadas de Patricinhas e frequentemente namoravam caras que se chamavam Mauricinhos, apenas porque gostavam de manter a boa aparência. Muitas se encantavam também com os playboys, que tinham muitas namoradas mas nem sempre eram chamados de Mauricinhos.

Three young women and young man relaxing on beach, close-up

Como em todo lugar, sempre havia aquela garota linda, que não dava bola para ninguém e que todos os rapazes sonhavam em conquistar. Quando uma garota dessas ficava mais velha, poderia entrar na categoria de mulher fatal. Mas só se fosse morena, pois se fosse loura, poderia ter o azar de ser chamada de loura burra.

Woman in gothic fashion

O certo é que muitas garotas que conheci evitavam mesmo namorar os meninos que dirigiam o carro do pai. Qualquer coisa seria melhor do que receber o nome de Maria Gasolina. O pior é que se as outras meninas agissem da mesma forma, com certeza acabariam por ser chamadas de Maria Vai Com as Outras.

Teenage girl (16-18) in convertible, surfboard in backseat

Nas férias, quando uma romaria de carros seguia para as pequenas cidades turísticas distantes dos grandes centros, muitas garotas e rapazes aproveitavam para namorar. Muitos garotos também se preparavam em academias de musculação para estes dias de férias e por isso eram chamados de marombeiros. Alguns rapazes se dedicavam aos esportes, principalmente o futebol, sendo que em torno das quadras era frequente a presença de meninas chamadas de Maria Chuteira.

Close-up of a Caucasian male body builder's nude torso

Do tempo da juventude, uma coisa que preservei foram meus cabelos compridos, meus óculos à la John Lennon, sendo que adoro blusinhas de estampa indiana. Por causa disso, acabei sendo chamada de hippie. Já o meu filho e seus amigos, só porque passaram horas aprendendo a lidar com os computadores, são chamados de nerds. Quanto à aparência, acontece uma coisa curiosa: os que preferem usar roupa preta recebem o nome de góticos e os que têm preguiça de cortar a franja entram logo na categoria de emos.

Faces 2

Muitas de minhas amigas preferiram não se casar e acabaram ficando pra titia. Se bem que mais tarde, algumas foram chamadas de peruas. Acho muito bom que tenha aprendido todos esses nomes bem antes dos 65 anos, pois a partir daí irei ter um novo título, o de idosa.

Happy senior woman


Queridos leitores, este texto obviamente é fictício e foi criado apenas para exemplificar alguns dos estereótipos que nos cercam. Durante a vida, muitos de nós ganhamos esses rótulos ou agimos conforme eles. Alguns podem até ser positivos, mas muitos são negativos e partem de idéias pré-concebidas e sem fundamento. Cabe à nós o discernimento. Saber deixar de lado todos os rótulos e definir o próprio pensamento.

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Beijos e Abraços

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010 by Leila Franca


Já tem um tempão que estou querendo falar disso e acabo esquecendo. Falar de quê? Ah sim, dos beijos e abraços!

Todos sabem que sou uma pessoa só um pouquinho distraída, mas este não é o caso. Agora não. Às vezes esqueço, às vezes lembro de falar "Bom dia!", "Boa tarde!", "Boa noite!". Sou meia desligada dessas convenções. Talvez seja porque passo a maior parte do dia sozinha na companhia dos meus bichos, que jamais dizem estas palavras, embora se manifestem de outra maneira. Então desacostumei.

Woman holding her cat

Na minha família as pessoas também não são muito de se abraçar e se beijar. Já até tentei começar, mas não rola. Ainda por cima, vivi alguns anos numa região americana onde aprendi que nem sempre beijos e abraços são bem vindos. É muito comum ouvir a frase: "Don't touch me!" ("não me toque!"), num lugar onde várias pessoas fazem questão de dizer que não toleram aproximação.

Love potion with heart

Conclusão: me tornei distante. Uma consequência do meio? Pode ser. Pode ser também meu jeito. Entretanto... entretanto... Todos os dias recebo muitos comentários com as palavras que nunca digo. Cada um do seu jeitinho. Podem até se reconhecer.

Woman's arm holding Valentine's Day heart-shaped balloons

Queria apenas dizer que algo me tornou assim como sou. Não sei o que foi realmente. Posso fazer suposições, mas não sei mesmo. No entanto, quero dizer que as palavras de carinho que tenho lido diariamente não me passam despercebidas. Quero dizer a todos que presto atenção nessas palavrinhas carinhosas e me perdoem se eu não as digo ou se raramente o faça.

Então cá está esse post, para dizer a todos o mesmo que me dizem todos os dias:

Abraços Forte
BJ
Um abraço!
Bjs no coração
Beijos!
Abraços!
abraços.
um abraço
Beijocas!
Bjs
Kisses!
Beijo no coração
Carinhoso e fraterno abraço
Beijos amistosos
beijão


Obrigada a todos pelo carinho que recebo diariamente!

Lipstick print with heart



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Desenhos com lápis pastel

sábado, 16 de janeiro de 2010 by Leila Franca


A maioria dos desenhos abaixo foram exercícios que eu fiz para treinar a técnica do lápis pastel oleoso. Eu comprava os fascículos da revista "Desenhe e Pinte" nas bancas de jornal, mas nunca fazia os exercícios com o lápis pastel porque eu não tinha nenhum em casa. Por coincidência, na mesma ocasião, um amigo me deu uma caixa de ótima qualidade desses lápis. Então fiz a maioria dos exercícios e depois comecei também a criar.



Este é um exercício com lápis pastel oleoso. Existe também o lápis pastel seco, mas o resultado não fica tão bom quanto o pastel oleoso (opinião minha). O pastel seco parece um giz melhorado. Não gosto porque suja tudo de pó.


Este também é um exercício com lápis pastel oleoso. É muito bom copiar desenhos já feitos só para treinar a técnica. "Lutar" para obter os mesmos tons do original. É um ótimo exercício.




Outro exercício com lápis pastel. Adorei fazer este homem com umas sombras diferentes. Tentei fazer um de cada, homem, mulher, velho, criança, louros e morenos.


Mais um exercício com lápis pastel oleoso. O que eu gosto do pastel são os detalhes que a gente deixa inacabado, como por exemplo o chapéu deste homem.


Neste exercício em pastel está o que eu acho mais difícil: desenhar criança.


Mais um desenho feito a título de exercício. Esta garota estava com uma luz amarela sobre seu rosto. Não sei se consegui fazer direito.


Esse desenho fiz como exercício. É parte de uma pintura antiga, agora está me fugindo o nome do autor e da obra...


Este exercício é um detalhe de um quadro de Degas chamado "Aula de Dança". Às vezes gosto de fazer isto: pego um desenho de um mestre e tento fazer só uma parte para treinar.


Este desenho é criação minha, mas não copiei ninguém, inventei da minha cabeça. A maioria dos desenhos que criei em pastel já não estão mais comigo. Tenho um emoldurado, alguns grandes que não couberam no scanner e uns poucos pequenos.


Este desenho eu inventei, ou seja, não foi baseado em ninguém que exista. É como imaginei o personagem de uma história que escrevi.


Bom, espero que tenham gostado. Hoje resolvi colocar estes desenhos no blog porque é rápido. Essa semana estou sem tempo nenhum.

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Consultório Sentimental Virtual

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 by Leila Franca


portrait of a young woman holding a tomato in front of her nose

Querida Madame L., meu problema todo é o nariz. A vida inteira sofri por ser nariguda. Acho que devo fazer uma plástica, de outro modo nunca vou arranjar um namorado. O que você acha? ("Nariguda Apaixonada" - ES)

Querida "Nariguda", vi suas fotos e não acho que seu nariz seja assim tão grande. É impressão sua amiga! Meu conselho é o seguinte: procure o João Poeta e lhe encomende um perfil. Tenho certeza que você não vai mais pensar no seu nariz quando ver seu perfil!

Woman using computer

Madame L., estou tendo um caso de amor a distância. Já fiquei noiva e tudo. O problema é que não sei se vou conseguir me adaptar ao país do meu noivo. Acho que vou sentir saudades do Brasil. O que me aconselha? ("Candidata à Odalisca" - SC)

Querida "Odalisca", você se esqueceu de me dizer qual o país do seu noivo. Mas, te aconselho antes de mais nada a ler uma notícia muito importante que o Jotabe enviou recentemente! Não vá a parte alguma antes de ler esta notícia.

Woman holding fan over face

Madame L, o meu problema é o seguinte: quero ter um blog, mas estou na dúvida se mostro minhas fotos ou se uso um avatar. O que você acha? ("Não sei se mostro" - SP)

Querida "Não sei", esse assunto já deu o que falar. Em todo caso veja o que a Maria e a Denize têm a dizer. Só se decida depois de conversar com as duas, viu?

Teenage Boy on Cell Phone

Madame L., quando o caso é falar de mim fico sem jeito. Não tenho nada pra dizer. Sou apenas um estudante sem experiência de nada. O que devo escrever no meu perfil? ("Estudante Indeciso" - GO)

Querido "Indeciso", te aconselho, antes de qualquer coisa, a dar uma olhada no perfil do Zezinho, que é um dos mais criativos que já vi.

Hands with wedding rings

Madame L., o caso é o seguinte: não sei se caso ou se não caso. Eu só caso se for com ELA. Estou certo ou errado? (Mr. J. - ?)

Diego, não adianta disfarçar, que eu sei que é você, viu?

Person waving magic wand, night, close-up of hand (Digital Composite)

Madame L. informa:

>> Esta semana estarei super ocupada com um trabalho. Vou aparecer só de vez em quando.>>



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