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Cada um tem seu tempo

domingo, 6 de junho de 2010 by Leila Franca





Esse fim de semana aluguei os filmes da primeira temporada de Lost numa locadora porque perdi muitos episódios dessa primeira parte da série. Então assisti um capítulo chamado "The Moth" ("A Mariposa").


Nesse episódio, o Charlie, um viciado em drogas, acompanha o desenvolvimento de um casulo enquanto tenta controlar o seu vício. Ele entende que não adianta querer ajudar a mariposa a sair do seu invólucro, assim como ele encontrou seu momento exato em que estava pronto para abandonar as drogas.

Acredito que cada um de nós está aqui nesta vida para fazer uma grande descoberta pessoal. Descobrir aquilo que o impede de seguir em frente com mais rapidez. Muitas vezes não adianta querer ajudar, falar, com alguém que ainda não atingiu o seu momento.



É como o instante mágico da criança que dá seus primeiros passinhos sem se segurar. Estaremos por perto, mas não podemos adiantar o tempo de cada um.

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Aviso aos leitores

quinta-feira, 3 de junho de 2010 by Leila Franca


Quem me conhece sabe que toda vez que começo a contar alguma história ou explicar alguma coisa, tenho que ter em mãos papel e caneta. Eu não sei falar nada sem desenhar. Qualquer papelzinho serve. Então aquela coisa de "entendeu ou quer que eu desenhe?" nunca precisa ser dita porque eu sempre desenho!

Por gostar muito de escrever e desenhar é que fiz faculdade de jornalismo e arquitetura. Poucos entendem a combinação estranha, mas foi isso mesmo que fiz. Desenhar, pra mim, é tão importante quanto escrever, apesar de ter praticado mais a escrita profissionalmente.


Por isso, quando comecei com este blog, minha intenção era não só escrever, como também desenhar. Mas me faltava material adequado. Comprei algum este ano e apesar de ser pouca coisa, nesse mês o blog completa um ano, resolvi colocar em prática a segunda parte do meu plano inicial, ou seja, ilustrar minhas histórias com meus desenhos.

Obviamente não serão obras de arte nem desenhos acabados. Apenas croquis, rascunhos e rabiscos: a mesma coisa que faço quando estou apenas falando. Pode ser que o blog perca um pouco do colorido das fotos, mas acredito que acabará se tornando mais interessante a medida que poderei retratar exatamente o que estou escrevendo, em vez de contar apenas com imagens genéricas.

Assim vou começar. Vou dar a partida e espero desenvolvê-la em pleno voo. Espero que gostem.


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Na reserva

by Leila Franca


Ontem quando parei no posto de gasolina para abastecer o carro lembrei do meu pai. Enquanto muitos chegam e mandam encher o tanque ou exibem notas de 50 reais, ele não tinha dinheiro e sempre estava com o tanque do carro na reserva. Quando ia botar gasolina no carro levava notas miudas e muitas moedas.

Se fosse hoje, seria algo assim, por exemplo, chegar no posto e dizer:

"Por favor coloque aí 5 reais e 85 centavos de gasolina comum"... Sendo que nesses R$5,85, pelo menos 1 real seria em duas moedas de 50 centavos e os 85 em moedas de 10 e 5 centavos...

Às vezes ainda olhava dentro do carro - uma Brasília - e ainda achava mais algumas moedas.

"Pode botar mais 15 centavos!", completava. E o frentista ficava a vida inteira lá contando os trocadinhos...


Quando fiz 10 anos de idade, ganhei uma bicicleta no Natal. Fomos todos comprar a bicicleta no centro da cidade, no dia 23 de dezembro, quando as lojas fervilhavam de fregueses. Já era tarde quando fomos.

Andamos todo o Saara - as lojas da rua da Alfândega, Ouvidor, Uruguaiana, onde se concentrava o comércio naquela época. Não havia shoppings ainda. Mas as bicicletas eram caras. O dinheiro não dava. Por fim encontramos uma bicicleta e depois de contar todas as notas e moedas de nossos bolsos, o dinheiro que meus pais possuíam era exatamente o valor da bicicleta. Nem uma moeda a mais ou a menos.

Compramos a bicicleta e voltamos pra casa no fusca do meu pai naquela tempo. Mas enquanto estávamos todos alegres e falantes, ele dirigia sério e calado. Não deu outra: quando chegamos na avenida Brasil, a gasolina acabou! Dessa vez não havia um centavo sequer pra comprar o combustível, mas meu pai nos deixou no carro e saiu andando com um galão de plástico na mão.


Daqui a pouco ele voltou com a gasolina. Minha mãe queria saber o que ele tinha feito. Naquela época não havia cartão bancário muito menos cartão de crédito. Ele explicou: havia deixado sua carteira de identidade no posto, como garantia de pagamento, em troca da gasolina. No dia seguinte voltou no posto com o dinheiro (trocadinho) e pegou sua carteira de volta.

Os anos passaram. Uma vez minha mãe e minha irmã foram passar uns dias numa fazenda na serra. Meu pai as levou e depois foi buscar. No alto da serra havia acontecido um acidente grave no dia anterior e a pista ainda estava cheia de óleo dos veículos que se acidentaram. Foi numa curva fechada.


Meu pai derrapou e perdeu o controle do carro. Caiu no abismo, capotando muitas vezes, até parar, com as 4 rodas no ar. Com muita dificuldade conseguiu sair são e salvo de dentro do automóvel, que só não pegou fogo porque não tinha gasolina.

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