É tudo a mesma coisa! Qualquer que seja a nacionalidade, ser humano é ser humano, não tem jeito. Até a inadequação é a mesma.
Quando eu morava em Hyde Park me divertia muito sozinha encontrando semelhanças e diferenças entre aquele lugar e o bairro que sempre vivi no Rio de Janeiro. Uma das coisas que observava era o carteiro.
O carteiro de Hyde Park era um homem magrinho e seu uniforme era o que me deixava curiosa. Num lugar frio como aquele, onde ninguém podia nem ao menos abrir as janelas durante 8 meses no ano, o uniforme do carteiro era parecido com o dos escoteiros mais jovens, os "lobinhos". Aquela camisinha fina azul clara, quase gelo (gelo!!!) e uma bermuda também azul num tom um pouco mais escuro, mas ainda claro.
Eu vestiria aquela roupa em pleno verão! Quando o carteiro vinha ao longe, sua figura esbelta quase se confundia com a paisagem. Tiritando de frio, ele ia de casa em casa cumprindo sua missão.
Eu ficava lembrando do carteiro gordo que subia a ladeira da minha rua no Brasil. Às 3 da tarde, lá vinha ele bufando, subindo a ladeira com o sol de 39 ou 40 graus a lhe cozinhar os miolos. O suor lhe descia pela testa e pingava no queixo.
Acredito que a calça comprida azulão e a camisa amarelo ouro, da cor do sol, lhe aumentava a sensação de calor. Ele era o próprio sol ambulante a visitar todas as casas numa hora que ninguém queria estar na rua.
Tudo isso me levava a pensar que é tudo a mesma coisa. Só o que muda é o mapa. A geografia. Em qualquer lugar nos deparamos com os mesmos problemas. Um ou outro é que são diferentes. Claro, fazem uma enorme diferença muitas vezes. Mas se um lugar não tem um determinado problema, então tem um outro, que o primeiro não tinha. Mas a grande maioria dos pequenos entraves do dia a dia são exatamente os mesmos. É tudo a mesma coisa!