Acho que eu era a única pessoa que tinha coragem de sair com o Renato naquela moto. No dia que resolvemos atravessar a ponte, o capacete que ele usava foi amarrado de barbante embaixo do queixo e tinha tanto furo que mal dava pra ver a cor. Depois de atravessar os quase 14 quilômetros da pista, demos meia volta na praça do pedágio, sem ir a Niterói. Só queríamos mesmo fazer a travessia.
Quando chegamos no vão central, paramos para observar. Foi aí que o Renato me deu um susto danado! Ele desceu da moto, subiu na mureta e pulou! Eu dei um grito e corri pra beirada. Foi quando ele apareceu rindo às gargalhadas! Ele havia pulado numa espécie de andaime de obra que havia ali, fora da visão de quem estava na pista. Mesmo assim, o que ele fez tinha sido muito arriscado. Talvez naquele ponto a altura do vão fosse de um prédio de 10 andares.
Depois disso fiquei muito tempo sem passar por ali até que fui fazer faculdade em Niterói. Então eu tinha que passar pela ponte todos os dias. Quando eu voltava, já eram umas 11h da noite e muitas vezes vi todas as pistas vazias. Só eu lá.
Precisava sempre manter os vidros do carro um pouco abertos por causa da ventania. O vento parecia empurrar o veículo e balançava a ponte. Quando havia engarrafamento e tinha de ficar com o carro parado, podia sentir perfeitamente a ponte balançando por causa do vento. Agora parece que não há mais este problema, mas naquele tempo havia.
Os aviões que chegam no aeroporto ali perto também passavam sobre a ponte em baixa altitude. Quando um avião vinha vindo, ainda um pouco afastado, parecia que estávamos em rota de colisão.
Às vezes o vão central ficava dentro de uma nuvem de neblina. Eu ia dirigindo e de repente entrava dentro da nuvem. Era um cenário estranho. Tudo branco. Pensava que se fantasmas existissem, então alguns deles deviam morar bem ali.
Eu tinha uma sensação inexplicável ao me aproximar do ponto mais alto da ponte. Alguma coisa na atmosfera mudava ao atingir aquela área. Quando voltava tarde da noite, sozinha, costumava me distrair conversando comigo mesma em voz alta. Passava a vida à limpo e até cantava a toda altura. Era como estar sozinha no mundo.
Com o tempo, passei a cumprimentar os supostos fantasmas, assim que passava pelo local. "Alô! Alô! Estou na área! Vou passar no meio de vocês! Não precisa se assustar! Segurem o vendaval por 10 minutos!"
Fiz isso durante muito tempo brincando, feliz da vida. Mas uma vez, quando eu tinha acabado de passar pelo vão central em direção ao Rio, num ponto onde podia ver quase toda a pista, deserta aquela hora da noite, um carro preto passou por mim numa velocidade tão grande, que eu não vi ele se aproximando e creio que no tempo de um piscar de olhos desapareceu no horizonte. Eu devia estar a 90 km/h. E aquele automóvel? Estava a 200 km/h?
Até hoje tenho dúvidas se aquele carro era mesmo de verdade.
Abaixo, um vídeo de 11 segundos da ponte balançando:
vídeo: sonomansoda
Oi Leila!
ResponderExcluirPontes que sacodem muito são muito bizarras.
E um carro cruzando em alta velocidade pode dar um susto mesmo se nos pegar distraídos. :-)
Beijos, Fernandez.
Oi Leila!
ResponderExcluirMuito engraçada a sua história! Eu também morria de medo de passar pela Rio-Niterói. Sempre achava que alguma tragédia iria acontecer bem na minha passagem. Se ela sacudisse durante uma passagem minha, acho que morro do coração! hahahaha... Passei recentemente por ela quando fui visitar me irmão em Macaé. Te confesso que pra mim não é confortável. Acho que também acreditaria em fantasmas, essas coisas... Mas, como não passei tanto assim por ela, não deu para criar essa neura...rs .Aliás, meu marido diz que sou a D. Neura Tragédias! Tsunamis tem sido a minha neura do momento! kkkkkkk . Eu, hein?
Beijos,
Jackie
Muito boa a estória. Fico imaginando a sua agonia porque também não gosto do vão central da ponte e, como você, não faço a minima ideia do que causou essa cisma. A ponte não balança mais assim, mas ainda balança.
ResponderExcluirBeijocas
Gostei muito,quem passa pela experêcias sabe que coisas estranhas existem por ai.
ResponderExcluirAbçs.
Fatima.
O maximo é a adrenalina de passar pela ponte balançando. Ia me sentir no filme VELOZES E FURIOSOS.
ResponderExcluirAgora sobre o fantasma, ai, eu fico impressionado e nao durmo.
ahahah
bjs
Amiga Leila, essas pontes são de arrepiar, ainda mais quando estamos sozinhos no carro. Mas, acredito que naquela época seu carro não tinha ar condicionado, e assim, tinha que abrir um pouco os vidros para não embaçar... rs Já passei por essa situação dirigindo uma Caravan sem ar condicionado, e a mesma dançava na pista por causa do vento. Quanto aos fantasmas, esses estavam ali para ver a cara dos motoristas assustados... rsss (brincadeirinha) Abraços. Roniel.
ResponderExcluirSeu relato chega a ser poético. Muito em breve pretendo tirar a minha carta de motorista. Nunca dirigi na vida e estou muito nervoso, mas do jeito que vc contou essa história, tudo parece muito sereno. Um grande abraço.
ResponderExcluirNossa leilinha, que medo. AHUHAUHUAHUAHAHIAIUAH
ResponderExcluirEu morro de medo de pontes assim para dirigir, sou muito medrosa...
E credo, a ponte balança mesmo o_o
Isso me lembrou de uma história, onde uma ponte entrou na mesma frequência que o vento e por ressonância ela oscilou MUITO e cedeu, caiu.
Isso é verdadeiro, abaixo segue-se o link do vídeo da ponte:
http://www.youtube.com/watch?v=dvRHK4yA8rc
E leilinha, no blog All The Universe, tem um post feito para você :D
Abraços,
Mari.
Fantasmas, eu hein?!!! Também tenho uma história parecida. Qualquer hora dá uma lida nela:
ResponderExcluirhttp://papocicuta.com.br/fatos-reais/fantasma-sobrenatural
Oi Darcy,
ResponderExcluirObrigada por visitar meu blog. Já fui lá ver sua história de fantasma...rs Gostei muito!
bjs
Olá,sua história realmente é interessante,mais essa sensação estranha no vão central deve ser porque varias pessoas estão soterradas ali,os operários que morreram na construção.
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