Lembro de um dia que eu tinha que ir ao médico na Tijuca - bairro de classe média do Rio de Janeiro. Não estava acostumada a ir neste bairro e por isso, dei uma olhada no mapa antes de sair de casa. Memorizei o itinerário e fui. Mas quando cheguei na Leopoldina - onde há um emaranhado de viadutos, entrei numa pista errada que me fez parar no outro lado da cidade. Assim, às 9h da manhã, quando deveria estar entrando no consultório, lá estava eu deslizando ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas e admirando o Corcovado! Me peguei pensando: se algo me acontecesse, ninguém sabia que eu estava ali.
Ainda ontem, voltando pra casa, pretendia ir até o supermercado, mas uma luz vermelha no painel do meu carro acendeu. Parei o carro e fui ver o que era. Vi a correia do alternador pendurada. Tinha saido do lugar. Fui numa loja de baterias de havia perto e um funcionário veio me ajudar. "Esta correia está gasta, é melhor comprar outra", ele disse. Em seguida, se ofereceu pra me levar até uma outra loja para comprar uma correia nova. Fomos.
Assim, de repente, eu, que ia ao mercado, me vi dentro do carro de um rapaz que nunca tinha visto na vida indo a um lugar que não tinha planejado. "Ninguém sabe que estou aqui", pensei. No final deu tudo certo. Com a correia nova no lugar, voltei para casa.
Acho muito importante avisar às pessoas próximas onde estamos e onde pretendemos ir. Mesmo quando eu estava no exterior, telefonava para dizer onde ia, ainda que não conhecessem o lugar: "Vou a Plymouth", "Estarei em Granby".
Sempre fiquei admirada, impressionada - assombrada até com histórias de pessoas desaparecidas. Será que é assim que elas se vão? Algo as tira do caminho que pretendiam seguir ou elas desaparecem por vontade própria?
A verdade é que muita gente não gosta de dizer aos familiares onde pretende ir. Pensam que não precisam "dar satisfação". Muitos até viajam pra longe sem comunicar à pessoa alguma. Acredito que não deve ser assim. Até mesmo para fazer uma caminhada na praia, eu deixo um bilhete.
Acho que esse tipo de conselho vale principalmente para os adolescentes. Bom, como você mesma descreveu, pra nós que já somos gente grande adulta já fica complicado não sabermos da nossa localização. Sabe-se lá o que pode nos acontecer. Imagine então a esses jovens acéfalos de hoje em dia.
ResponderExcluirEu tenho medo de cidades grandes. Aqui em Bauru que é uma cidade "mais ou menos", as vezes já me perco.
Leila,... eu sou assim: dificilmente dou satisfação sobre onde vou ou onde estou. Já fiz viagens sem comunicar qualquer parente ou amigo. Sei que é uma perigosa ação de liberdade. Mas adoro fazer. Mesmo sabendo que poucas coisas saem exatamente como se planeja. Belo texto. Valeu mesmo, minha amiga. Beijos.
ResponderExcluirEu costumo tambem acordar sabendo o que quero, desde o que comer até o que vestir. Eu traço tudo na mente. Quanto a sair em direção errada, achei graça do emaranhado de viadutos que vc colocou, disseram, vc melhor ainda para dizer, que no exterior, tipo LA, tem piores do que isso (daqui). Eu estive em algo parecido na Alemanha, se não sair na saída certa tá ferrada. A volta será gigantesca.
ResponderExcluirBeijos
Leila, um adendo, na questão de avisar as pessoas mais proximas onde irei, costumo sim fazer. Não gostaria de acontecer algo comigo e ninguem imaginar onde eu estava, etc.... é como uma responsabilidade em mim, tal como uma marca de nascença.
ResponderExcluirBjs
interessante eu não gosto de sair sozinha ,mas caso sai aviso onde vou acho importante a paz
ResponderExcluirAh, se pudéssemos saber o que acontecerá no segundo seguinte a, por exemplo, a próxima letra ser escrita. Andamos perdidos e precisamos de bússolas, mas como encontrá-las se nem ao menos sabemos que direção seguir até chegar a este objetivo. Somos idealistas, observadores das estrelas e nem ao menos prestamos atenção aos nossos umbigos.
ResponderExcluirAbraços.
Oi Leila!
ResponderExcluirEu sempre avisei aos meus pais onde iria e com quem estaria. Com o passar dos tempos, fui adquirindo uma independência mais "arrogante" (a qual trabalhei para me livrar por muitos anos) que me impedia de informar o meu paradeiro. Mas, como você bem disse, nunca sabemos para onde determinado caminho possa nos levar, então HOJE,mais consciente, informo tudo.
Beijos, adorei seu post!
Jackie
Aqui no Japão eu aviso todos os meus passos
ResponderExcluire saiu com o celular com uma lista de pessoas
que falam o nihongo
pois se algo acontecer tenho que pedir ajuda por não entender perfeitamente o idioma
bjs
Talvez quase nunca avisamos, por planejarmos e acharmos que vai sair de acordo com o planejado, mas o que está na frente sempre nos supreende, então é melhor sempre avisar!
ResponderExcluirVoltarei sempre, depois dá um pulo na minha janela...
Abs
Thales Willian
Leila,
ResponderExcluirDesde garoto a ordem lá em casa dada pela Major minha mãe e pelo Sargento meu pai era?: "Onde vai, com quem vai e a que horas volta".
Sigo isso até hoje. O Sargento agora sou eu e a nova Major é linha dura, se desligar o quase vai para a solitária.
Beijão!
Felipe
Oi Leila, eu nao saio com celular, nem com caneta e bloquinho. Se eu me perder, ou ocorrer qualquer problema, eu vou táticas do MacGyver, lembra desse seriado? Pois é, procuro duas pedrinhas, uns gravetos e faço sinal de fumaça.
ResponderExcluirbjs
Dormir pensando em uma idéia e acordar c/ belos planos ou sentimentos sobre tal coisa,é natural tb em vários dos meus dias,bela Leila.Me perco em cada "entre-quadra" SQN, SQS daqui,nem parece que sou nativo...rs!
ResponderExcluirJá quanto a se "perder" por aí, meu pensamento é igual ao seu. Sinta agora,um grande e carinhoso abraço meu.
Sempre que vou a algum lugar, mesmo próximo estou sempre dando alarde para onde me dirijo.
ResponderExcluirAbraços forte
Oi Eduardo,
ResponderExcluirSim os adolescentes são os que mais saem sem dizer nada a ninguém, até mesmo "escondidos" dos pais. Mas os adultos também fazem isso, por achar que não têm que dar satisfação a ninguém.
Oi Thales,
ResponderExcluirJá fui lá ver o que tem na sua Janela, viu?
bjs
Oi Radi,
ResponderExcluirNossa, vc me fez lembrar de uma vez que fui a Brasília, há séculos atrás...rs Acho que fiquei nessa SQS - lembrei dessa sigla!
Obrigada pela sua presença aqui e pelo carinho.
bjs
Oi Leila!
ResponderExcluirAdorei a reflexão. Acho importante avisar onde vamos a quem nos é próximo, pois nunca sabemos o que pode acontecer. Mas confesso que quando estou fora do país não mantenho este hábito não. :-)
Beijos, Fernandez.
é mesmo?
ResponderExcluironde etá que não te vejo?
Leila .. peça um "lugarzinho" na série Lost para o Diego.
ResponderExcluirLeila sempre avisei onde estava, penso como ficava preocupada quando meu pai ou mãe estavam fora e demoravam, nossa eu ficava numa aflição, depois as preocupações vieram com os irmãos, marido e filhos, brigo quando não avisam se vão demorar, pois escutamos tantas notícias que ficamos super preocupados. Já vou treinar minha netinha Marina a avisar onde vai e com quem, ela é super grudada comigo e o vô, mais é assim, quando amamos temos preocupações, por isso é sempre bom deixar um bilhetinho não é? Não custa nada! Beijos, Virginia Hortela.
ResponderExcluirPor ter uma vida muito regrada, não costumo sair dos meus itinerários. Todos sabem onde estou e com quem. Contudo, é sempre importante ler o que escreveu. Meus filhos não pensam assim. Se bem que eu também não pensava assim na idade deles.
ResponderExcluirUm forte abraço!