Não preciso fechar os olhos para lembrar de como eu me sentia enquanto fui "Princesa". A melhor parte era ter meus desejos atendidos quase que imediatamente. Mas não era só isso. Ainda posso sentir o prazer de ver o vestido novo sobre a cama, os sapatinhos novos, as meias com bordado. E tinha mais: eram as balas e doces mais gostosos, a boneca mais linda, os enfeites de cabelo, as bolsinhas, perfumes e maquiagem infantil! Sem esquecer daquela jóia delicada: anelzinho, brinquinho, pulseirinha... Todas nós, mulheres, temos uma história assim pra contar. Das mais ricas às mais pobres, não importa, todas nós fomos princesas um dia.
E então quando crescemos e nos misturamos à multidão de adultos, ganhamos um número de identidade, mergulhamos no anonimato da cidade, das roupas quase iguais de trabalho é que a nossa princesa, assustada, se esconde.
Antigamente as princesas duravam mais tempo. As meninas (nossas mães, avós ou bisavós) eram educadas para encontrar um príncipe encantado e casar! Depois passaram a ser professoras, enfermeiras e outras profissões, mas a tarefa de encontrar um príncipe continuava no topo da lista de prioridades! Hoje em dia a figura de um príncipe já não tem tanta importância. Muitas vezes não tem importância nenhuma.
Entretanto, apesar de tudo isso, nossa princesa continua no nosso interior. É ela que nos faz às vezes comprar mais sapatos do que precisamos, experimentar um óculos escuros ou um chapéu sem a intenção de comprar, passar a mão em vestidos que não pretendemos vestir, olhar a vitrine reluzente da joalheria famosa. Nossa princesa nos implora para usar o cartão de crédito ou débito para comprar um sem número de coisas que não precisamos. É a almofada bordada que não temos onde colocar, o doce fino que não podemos comer para não engordar, a bijuteria cara, o vestidinho do cachorro, o chaveiro com ursinho de pelúcia. Mas não é só isso, não são apenas compras.
Cada princesa é diferente. Uma pode ser mais sofisticada outra pode ser mais sexy, pode ser como uma heroína ou intelectual. Cada mulher sabe como sua princesa é. Se você deixar sua princesa fazer o que quiser, o que ela fará? Comprará todas as lingeries sexy de todas as cores de uma loja cara? Ou todos os livros de uma livraria famosa? Iria à Paris de primeira classe ou de mochila à Matchu Pitchu?
Se fosse um personagem, com quem sua princesa se pareceria? Ela seria como a "Kate"(Evangeline Lilly) do seriado Lost? Ou como a Scarlet O'Hara do filme "E o Vento Levou..."? Como a Lady Gaga? Seria como algum personagem da Angelina Jolie, da Judie Foster ou de Cameron Diaz? Talvez fosse como um personagem de um livro, de uma história em quadrinhos. A minha princesa é muito como Sara Connor na interpretação de Linda Hamilton no filme "Exterminador do Futuro" -- já identifiquei. Se deixar, compro todas as camisetas básicas, calças com bolsos, botas com fivelas (só não compraria armas), assim como móveis de madeira, coisas rústicas e artesanais. A minha princesa é corajosa, cheia de força e determinação.
É interessante identificar nossa princesa, descobrí-la, trazê-la à tona, deixá-la reinar de vez em quando, resgatá-la. É uma maneira de nos conhecermos melhor.
A minha princesa virou rainha, rs... Teve que aprender a lidar com responsabilidades para governas um reino, e as vezes tomar decisões dificeis que não agradariam todos os suditos, mas que seriam as melhores para seu povo a longo prazo... Mas o bom é que encontrou seu principe encantado, que a trata como se aidna fosse uma princesa, e a ajuda a ser rainha!
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Com certeza, muitas vezes deixamos de ser princesa para os pais, mas continuamos sendo para o marido. Mas não é sempre, aliás é raro que isso aconteça hoje em dia. Independente deles, sejam os pais ou o marido, é sempre bom de vez em quando ter uma conversa com a nossa princesa à sós.
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