A poucos metros, uma roda de rapazes conversando tranquilamente indicava que as manchas de sangue no chão não deviam ser provenientes de nenhum sinistro ou algo parecido ou então eles não estariam ali, batendo papo, bem perto do local. Fiquei até pensando se não seria apenas tinta vermelha!
Hoje passei pelo mesmo lugar e o sangue já estava seco. Na hora que passei, ventou levemente fazendo meus cabelos voar para trás. Folhas secas e alguma poeira vieram com o vento e cobriram um pouco as marcas da calçada. O que quer que seja que tenha acontecido ali já passou e foi esquecido.
O curioso é que minha sombra na calçada me fez lembrar do tempo que eu tinha 18 anos. Era a mesma sombra e apesar de eu não ter mais as mesmas feições, meu contorno continua o mesmo. Cabelos longos, soltos ao vento, um jeito hippie, uma vontade de ir, de seguir em frente.
Da mesma forma que aquele sangue e minha sombra na calçada, nossas impressões, nossas marcas, deixadas neste mundo, aos poucos, também serão apagadas e novos dias virão.
O que é matéria não tem muita importância. Tem uma duração efêmera, temporária. O que é de fato valioso não se transforma em pó.
Senti uma serenidade agradável nas suas linhas. Gosto de pessoas que reparam nas pequenas coisas que a maioria deixa passar. Quanto ao sangue, fiquei pensando que seja de quem for, é uma parte da pessoa que ficou ali. Quando cortamos unhas, cabelos, quando sangramos ou espirramos, existe um pouco de nós em tantos lugares. hehe... Quis ser filosófico demais e acabei falando bobagens.
ResponderExcluirMas a verdade é que curti muito essa postagem sua. Muito serena.
Leila, minha querida!!!
ResponderExcluirSaudades de você, garota! Adorei o seu texto e concordo com você: o que nos acontece deixa marcas, sim, mas o tempo ameniza, atenua ou (em alguns casos) até apaga. O importante é isso: olhar e lembrar que um dia ali houve uma história e que o desfecho dela coube ou ainda cabe apenas à nós!
Belo retorno, querida!
Grande beijo,
Jackie
Oi minha amiga... que saudade, de você e deste textos maravilhosos.
ResponderExcluirLeila, que noltalgia deliciosa.... realmente as marcas da juventude passaram, mas ficou o mais importante aquilo que trazemos no coração exatamente aprendida com elas....
Como sempre.... BRAVO!
Beijo no coração
Olá Leila, bom te ver novamente!
ResponderExcluirAcredita que nunca reparei na minha sombra?!
O tempo, sempre ele, o responsavel de levar com o vento a poeira, levar algumas coisas ao esquecimento, de apagar rastros, feridas, de mudar a apresentação de uma paisagem e de uma pessoa. Somos parte do tempo que passou e daquele que ainda vai chegar!
Bjs
Ola amiga Leila, quanto tempo
ResponderExcluirrealmente no final de tudo o que nos restam
são as lembramças, por isso acho importante
tentarmos viver da melhor forma possivel
tudo passa, tudo é vaidade como diz um proverbio
se as pessoas se atentassem mais pra isso, se preocupariam muito mais com o interior, do que com o esterior
grande bjo
Por onde andastes? Já estava sentindo falta dos teus textos!
ResponderExcluirRealmente tudo passa, apenas nossas lembranças é que teimam em permanecer vivas nas nossas memórias. Nem mesmo das ruins nós consegumos nos desvencilhar!
Leila,maravilhoso o seu texto e, esplêndido o seu pensar.
ResponderExcluirRealmente a essência é imutável. Daí, o maravilhoso embate entre Heráclito e Parmênides.
Tenha uma ótima semana.
Bj.
Oi Darcy,
ResponderExcluirEu estava com muito trabalho atrasado. Então me ausentei até acertar. Agora já dá pra voltar...
bjs
Oi Jairo,
ResponderExcluirMuito obrigada pelas suas palavras.
bjs
Surpresa ver voce novamente! Acho até que é "juntação de idéias". Pensei em vc e dai, vc puft, apareceu.
ResponderExcluirFalando justamente de "O que é de fato valioso não se transforma em pó."
Adorei! Bom sinal, isto!
Oi! Na vida há tempo para tudo e é justamento este "tempo" que nos faz ter recordações boas ou ruins pois tudo passa, até nós.
ResponderExcluirCom carinho
Isa
http://sabedorias-isa.blogspot.com