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Quando os objetos se voltam contra nós

segunda-feira, 1 de março de 2010 by Leila Franca


De repente, aquela vassoura colocada num canto começa a deslizar na parede e cai no chão fazendo barulho. Você pega, põe no lugar e, de novo, ela desliza e cai. O palito de fósforo quebra, o prego entorta e a borracha sai quicando pelo chão até desaparecer por completo.

Na hora que você chega em casa, cheio de pacotes, um segundo antes de acertar a chave na fechadura, o molho de chaves cai no seu pé. Parece que tem pacto com o brinco, que também cai quando acertamos o furinho da orelha. A linha vai para todos os lados, menos para o buraquinho da agulha. Isso sem falar no computador - um dos maiores vilões do reino dos objetos.

Computer attacking man

Às vezes as coisas parecem se voltar contra nós! Um complô do mundo inanimado!

Uma vez eu parecia uma mãe neurótica preocupada com o meu filho de 4 anos na pizzaria. "Toma cuidado pra não engolir o caroço da azeitona!", disse eu. "Presta atenção enquanto estiver comendo.", completei. Mas o meu filho parecia nem estar escutando. Uma mordida na pizza e vejo que ele colocou a azeitona na boca. "Cuidado com o caroço da azeitona, heim?", insiti. "Coloca o caroço aqui no cantinho do prato", eu só sossegava se visse o caroço ali colocado.

Mas o meu filho não estava nem aí... conversava com o irmão, ria, pulava na cadeira... "Presta atenção pra não engolir o caroço!!!" Eu já estava brigando! Mas então - GLUP! - fiquei sem ar momentaneamente. Eu engoli o caroço da minha azeitona!

People eating pizza

Alguns objetos parecem ter a habilidade de desaparecer (não vou nem falar das tesourinhas, chaves, celulares, isqueiros e da pontinha das fitas adesivas), outros já gostam de aparecer, como os legos que sempre estão no caminho quando estamos descalços e as tampas de panela com seu barulho irritante ao cair no chão da cozinha.

Toy Blocks

Sei que toda vez que eu entrava no quarto do meu filho via aquela montanha de brinquedos espalhados no chão. Certo dia, não era possível nem ver o piso! Comecei a dar bronca, enquanto catava os brinquedos e colocava numa estante de prateleiras. O menino, muito sério, me ajudava. Logo que abri uma "clareira" sentei no chão e continuei a arrumar sua coleção de carrinhos na estante, mas não parava de reclamar.

De repente, quando já estávamos quase terminando, a estante, que estava meio empenada, balançou e todos os brinquedos cairam em cima de mim, em especial as peças de um jogo de dominó, que deram a última quicada na minha cabeça, como se fosse um ponto final!

Dominoes in row, toppling

Ainda descubro a força que rege os objetos!


12 comentários:

  1. J.R. Fernandez
    1 de março de 2010 às 15:04

    Olá Leila querida!
    Com certeza creio que existe uma crueldade intrínseca dos objetos inanimados. ;-)
    Adorei o texto... (risos)... acho que é possível fazer uma tese sobre o tema.
    Me chamou atenção particularmente a geração espontânea de legos quando estamos de pés descalços... não entendo porque britânicos ainda não fizeram esta importante pesquisa para comprovar este fato cientificamente.
    Destaco o lego porque ainda hoje pela manhã pisei num maldito lego do meu sobrinho. :-) rsrs
    O ponto final do dominó foi hilário... :-) rsrs
    Beijo no coração, Fernandez.

  1. Ivan Ferreira
    1 de março de 2010 às 15:06

    Fantástico o seu post amiga Leila, ele retrata bem o meu cotidiano, e creio que o cotidiano de muita gente.

    Impressionante quando vou almoçar, e cai o garfo, ou quando vou sair e minha chave cai.

    Me irrito quando vou fazer um exame de sangue e quando vou procurar horas antes a receita e parece ter sumido do mapa, abdusida da minha casa!

    São essas coisas que nos fazem pensar, estariam os objetos se voltando contra nós?

    Grande Abraço! =]

  1. Artefatus
    1 de março de 2010 às 15:16

    KKKKKKKKKKKKKKK LEILA, ISSO É NEUROSE PARTICULAR RSRSRSR. TEM HORA QUE PARECE MESMO!!

  1. Sérgio
    1 de março de 2010 às 15:41

    Essa força, me parece, ser regida pela gravidade, descuido e nossa memória.
    A maneira como escreveu é sensacional!

    Um forte abraço!


  1. 1 de março de 2010 às 16:45

    Leila

    kkkkkkkkkkkk

    Eu estou proibida de lavar copos,cada copo que eu lavo,cada copo partido kkkkkk...nem sei explicar como,vão para lugar errado,parece que as minha mãos não são minhas kkkkk

    Ha dias que parece que as coisas tem vida propia ,cai tudo ao chão...kkkk minha avó falava com as coisas kkkk...ha qualquer coisa ai que ainda não descobrimos.

    Outro dia fui a casa de uma amiga para discutirmos sobre um trabalho,quando lá cheguei ,reparei que não tinha levado a pasta...e eu gritei para mim de raiva:não quiseste vir,estás com frio é?...kkkkkkk
    Minha amiga olhou para mim com a boca aberta sem dizer nada ...e disse-me ...não te preocupes ,isso tambem me acontece ,e rimos as duas ás gargalhadas kkkkkkkkkk

    Adorei teu post!!! obrigada por partilhares com a gente.

    beijnhos
    joana

  1. Anônimo
    1 de março de 2010 às 19:00

    ahahahah

    Leila, realmente às vezes parece que os pequenos objectos armam uma guerra contra nós! Quanto aos brinquedos pequenos só quero esquece-los. Para além dos legos as meninas cá em casa têm quilos de pinipons com as suas florzinhas de 30mm pequenos pratos e copos. Centenas deles já foram aspirados! ahahahahh

    Beijos, adorei o texto.
    Luísa

  1. concentrado
    1 de março de 2010 às 20:44

    Leila amiga parace que os objetos não estão indo muito bem com sua cara.



    Umm grande abraço.

  1. Mr.Diego (Orion)
    1 de março de 2010 às 21:15

    olha só, eu sei que os objetos me adoram, mas o nome disso tem "desastrado". nunca vi como tantos objetos adoram se jogar nos meus braços, joelhos, costas e cabeça. ahahahha

  1. Madresgate
    1 de março de 2010 às 23:46

    Ola Leila

    Realmente seu texto é intrigante, interessante e também hilariante.
    Adorei a maneira com que vosse foca alguns assuntos, desde brinquedos até objetos diários.
    De alguma forma o que presenciamos são "forças" ocultas e da própria natureza.
    É bem verdade que alguns podem até achar loucura, mas, tudo tem uma explicação científica.
    Sabemos que todos os objetos produzidos a partir de matérias de qualquer natureza sofrem alterações em sua composição e assim podem ou não apresentar movimentos que muitas vezes são encarados como "anormais".
    Vejamos um simples exemplo: uma bolinha de ping-pong, ela foi produzida para "pular", ou seja, sua composição reúnem particulas que produzem o "pulo", da mesmas forma todos os objetos produzem "movimento", pode parecer loucura mas é uma realidade.
    Talvez estudos mais apropriados e apurados possam desvendar este "mistério".
    Mesmo assim adorei sua postagem
    Parabens pela escolha
    Um forte abraço
    Mad

  1. Lilian
    2 de março de 2010 às 01:05

    Olá Leila, minha querida amiga,

    Como sempre, seu texto é maravilhoso.

    É gostoso ler e parece me ver em um montão de coisas e fatos que citou.

    Às vezes, parece que esses "desastres voadores" de objetos acontecem só com a gente, daí, vem você narrando tudo isso e notamos que é a mesma coisa, é tudo igual, somente mudam-se os endereços. Que alívio!!

    Amiga, amei a narração e achei hilária certas situações.

    Parabéns!

    Carinhoso e fraterno abraço,
    Lilian

  1. Marcos Silvério
    2 de março de 2010 às 23:22

    Leila, parabéns pelo blog. Seus textos são lindos!

    Estou seguindo seu blog. Se possível retribua seguindo meu: www.marcossilverio.blogspot.com

  1. Rumquatronove
    30 de abril de 2010 às 01:04

    Ah,hahahha,... Leila,vi cada cena,não parei de rei,do começo ao fim...rs!Poderia vc assim,nessas situações,lembrar que ou se, existe algo certo?rS!

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