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É tudo a mesma coisa! Qualquer que seja a nacionalidade, ser humano é ser humano, não tem jeito. Até a inadequação é a mesma.
Quando eu morava em Hyde Park me divertia muito sozinha encontrando semelhanças e diferenças entre aquele lugar e o bairro que sempre vivi no Rio de Janeiro. Uma das coisas que observava era o carteiro.
O carteiro de Hyde Park era um homem magrinho e seu uniforme era o que me deixava curiosa. Num lugar frio como aquele, onde ninguém podia nem ao menos abrir as janelas durante 8 meses no ano, o uniforme do carteiro era parecido com o dos escoteiros mais jovens, os "lobinhos". Aquela camisinha fina azul clara, quase gelo (gelo!!!) e uma bermuda também azul num tom um pouco mais escuro, mas ainda claro.
Eu vestiria aquela roupa em pleno verão! Quando o carteiro vinha ao longe, sua figura esbelta quase se confundia com a paisagem. Tiritando de frio, ele ia de casa em casa cumprindo sua missão.
Eu ficava lembrando do carteiro gordo que subia a ladeira da minha rua no Brasil. Às 3 da tarde, lá vinha ele bufando, subindo a ladeira com o sol de 39 ou 40 graus a lhe cozinhar os miolos. O suor lhe descia pela testa e pingava no queixo.
Acredito que a calça comprida azulão e a camisa amarelo ouro, da cor do sol, lhe aumentava a sensação de calor. Ele era o próprio sol ambulante a visitar todas as casas numa hora que ninguém queria estar na rua.
Tudo isso me levava a pensar que é tudo a mesma coisa. Só o que muda é o mapa. A geografia. Em qualquer lugar nos deparamos com os mesmos problemas. Um ou outro é que são diferentes. Claro, fazem uma enorme diferença muitas vezes. Mas se um lugar não tem um determinado problema, então tem um outro, que o primeiro não tinha. Mas a grande maioria dos pequenos entraves do dia a dia são exatamente os mesmos. É tudo a mesma coisa!
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Lendo o artigo do Lison - A Incrível história das cabeças para os cabeças, me lembrei de um livrinho que li há anos atrás. Era um livro fininho, tão velho e amarelado que a beirada das páginas eram frágeis e quebradiças. Eu o peguei numa biblioteca, já nem me lembro qual.
Tratava-se de uma antiga lenda indiana chamada "As Cabeças Trocadas". Depois descobri que o escritor Thomas Mann escreveu um livro baseado nesta história. Mas o livrinho que eu li não era a versão do escritor. Soube também que existem estudos filosóficos a cerca do tema que a lenda envolve, mas não sou filósofa, então é como leiga que escrevo aqui.
Eu me lembro um pouco da história. É um triângulo amoroso: dois homens e uma mulher. Os dois homens eram amigos. Um deles muito inteligente, mas com o corpo franzino. O outro tinha um corpo bonito e musculoso, mas dedicado aos trabalhos braçais, não havia estudado nem desenvolvido tanto a sua inteligência.
A mulher se casara com o homem inteligente, mas sonhava com o amigo do marido. Por sua vez, o homem musculoso, amigo do marido, se apaixonara pela mulher, antes de saber que ela seria a esposa do amigo. E assim os três viviam num conflito silencioso e sem solução. Entretanto, apesar de não conversarem sobre o assunto, os três sabiam de tudo o que estava acontecendo.
Por acaso, o casal e o amigo fazem uma viagem juntos e ao passar pelo templo de uma deusa, o marido entra naquele local sagrado, deixando a esposa e o amigo esperando. Porém, no interior do templo e no auge de sua dor, o marido se suicida, pegando a espada e cortando sua própria cabeça.
Preocupada com a demora do esposo, a mulher pede ao amigo que veja por que ele está demorando tanto para voltar. O amigo vai e se depara com a cena horripilante. Assim, sabendo que o homem se suicidara por sua causa, o amigo pega a espada e corta também sua própria cabeça.
Do lado de fora, a mulher estranha a demora dos dois e vai ver o que está acontecendo. Ao se deparar com os dois mortos, ela se desespera. Há então um milagre. A deusa fala com ela e ordena que a mulher coloque a cabeça de ambos no lugar, pois voltarão a viver.
Acontece que a mulher, nervosa, coloca cada cabeça no corpo do outro. Eles voltam a viver e percebem a troca. A mulher está grávida. Pois então qual deles será o pai da criança? Qual o corpo que a fecundou? Qual dos dois é seu marido?
Não vou contar o final da história pois alguém poderá ter o interesse de procurar a lenda ou o livro de Thomas Mann e ler por si mesmo. Mas com certeza essa lenda é uma fonte de questionamentos.
Também foi bom ter umas "férias" aqui. Conforme já me disseram, devemos participar enquanto for divertido. Então, cá estou de cara nova, template novo, mais claro e mais amplo. Estava querendo mudar tudo há tempos, mas sem tempo para essas mudanças. Enfim, consegui! Espero que gostem!
Aconselho a todos fazer uma pausa de vez em quando. Ver a vida do lado de fora da janela, o sol brilhando, o vento, a lua, as pessoas, família e amigos. A gente mergulha na internet e quando vê está com toda a atenção voltada exclusivamente para o virtual. Não pode ser assim.
Agradeço a paciência dos que continuaram me acompanhando. Pensei que fosse haver "desaparecimento" sumário de leitores e seguidores depois de um mês sem escrever uma linha sequer. Mas a parada está sendo necessária, acreditem.
Tive um amigo, que já morreu inclusive, que sempre falava a seguinte frase: "A gente tem que lutar contra a bagunça!" Sua casa vivia arrumada, limpa e organizada, mas como ele dizia, era uma luta manter tudo assim. Muitas vezes me vejo em plena batalha para organizar minha casa e minhas coisas. Em um minuto que eu olhe para o lado, a bagunça ataca em vários flancos de uma vez. É muito difícil manter tudo em ordem e então me lembro do meu amigo dizendo sua frase favorita.
Tive uma vizinha num prédio que todos os dias dava brilho em suas panelas de alumínio e as deixava para secar ao sol, na meia parede que dividia nossas áreas de serviço. Até uma bacia velha, daquelas que não se usa mais, se transformava numa jóia de prata. Eu admirava aquelas panelas como quem admira uma obra de arte num museu. Uma vez esta vizinha me ensinou a ariar as panelas como ela fazia: "Não precisa fazer força!" - ainda me lembro de sua voz suave, me explicando a arte doméstica.
Tive também uma amiga que por várias vezes ao chegar em sua casa a encontrava dobrando as roupas recém recolhidas do varal. A brancura das meias que ela juntava em par chamava atenção. Um dia não me contive e perguntei o que ela fazia para manter as meias da casa tão branquinhas. Alvejante? Sabão Omo? "Quando termino de lavar as meias, então lavo de novo. E faço isso até que fiquem brancas!", ela disse. Não esqueci mais!
Meu pai costumava dizer: "Se o chão estiver limpo, a casa toda está limpa." Há verdade nisso aí. Com o piso limpo, temos meio caminho andado. E o inverso também é verdadeiro. Se estiver tudo arrumado e o chão estiver sujo, parece que está tudo sujo.
A louça lavada e a pia limpa e seca também coloca "moral" no resto da casa. Todo mundo respeita uma pia sem louça e sequinha. Li uma dica num site sobre manter a pia assim limpa e ir guardando a louça suja numa caixa plástica pra não enfeiar o ambiente. Duas ou três vezes ao dia pega-se a caixa e lava-se tudo o que estiver lá, secando a pia de novo.
Sobre roupas, uma amiga uma vez me contou que não passava suas roupas... "Ninguém repara!", ela disse. Já cheguei a conclusão que, em parte, isso é verdade. Agora quanto às roupas pra lavar, é horrível ficar com uma montanha na área de serviço. Ligar a máquina uma vez por dia pode evitar isso.
Em relação à papelada, principalmente as dezenas de papéizinhos que vão se acumulando na nossa mesa, resolvi o problema da seguinte maneira. Comprei um caderno e lá vou colando todos esses pedacinhos de papel. Assim eles ficam reunidos no mesmo lugar, sem bagunça.
Também há a novena feng shui. É assim: escrevemos num papel 25 coisas que precisam ser feitas dentro de casa e durante 9 dias fazemos um tiquinho de nada de cada uma dessas 25 tarefas. É impressionante como no final dos 9 dias a casa parece outra!
A verdade é que a bagunça dentro de casa interfere na nossa vida. Atrasa o nosso lado. Por isso presto atenção nos pequenos truques que as pessoas amigas nos vão passando. Não sou maníaca por organização e limpeza, acredito até que um pouco de desordem indica que há "vida" no ambiente, mas não podemos deixar que se transforme num obstáculo para o bem viver.
Aos Amigos do Dihitt,
Nesses últimos dias tem sido bastante difícil pra mim manter minha participação no site. Estou com a agenda cheia e preciso usar meu tempo pra ganhar dinheiro.
O site é legal, as pessoas são ótimas, mas querendo ou não a gente fica ligado na performance, na quantidade de notícias que envia, no ranking, nos amigos que queremos ler, comentar suas notícias, nos novos que queremos conhecer, no recadinho de um, no e-mail do outro e no final das contas são horas e horas que acabo ficando entretida enquanto outras coisas mais importantes vão sendo deixadas pra depois.
A vida é curta e a hora é agora. Tenho vários projetos em andamento e outras coisas que ainda quero começar. O blog é só uma pequena parte dos meus afazeres e o tempo dedicado a ele deve ser proporcional. Já é hora da divulgação do blog ganhar um certo limite no que se refere ao tempo.
Possivelmente vou deixar meu perfil para visitar vez ou outra todos vocês. Obrigada a todos que acompanharam minhas histórias e se divertiram com elas. Foi essa a intenção. Vou continuar escrevendo, não tenham dúvidas, mas não sei se irei enviá-las ao dihitt como notícia porque se eu enviar, vão comentar e se comentarem vou responder... Aí pronto! Começa tudo de novo!
Fui!
De repente, aquela vassoura colocada num canto começa a deslizar na parede e cai no chão fazendo barulho. Você pega, põe no lugar e, de novo, ela desliza e cai. O palito de fósforo quebra, o prego entorta e a borracha sai quicando pelo chão até desaparecer por completo.
Na hora que você chega em casa, cheio de pacotes, um segundo antes de acertar a chave na fechadura, o molho de chaves cai no seu pé. Parece que tem pacto com o brinco, que também cai quando acertamos o furinho da orelha. A linha vai para todos os lados, menos para o buraquinho da agulha. Isso sem falar no computador - um dos maiores vilões do reino dos objetos.
Às vezes as coisas parecem se voltar contra nós! Um complô do mundo inanimado!
Uma vez eu parecia uma mãe neurótica preocupada com o meu filho de 4 anos na pizzaria. "Toma cuidado pra não engolir o caroço da azeitona!", disse eu. "Presta atenção enquanto estiver comendo.", completei. Mas o meu filho parecia nem estar escutando. Uma mordida na pizza e vejo que ele colocou a azeitona na boca. "Cuidado com o caroço da azeitona, heim?", insiti. "Coloca o caroço aqui no cantinho do prato", eu só sossegava se visse o caroço ali colocado.
Mas o meu filho não estava nem aí... conversava com o irmão, ria, pulava na cadeira... "Presta atenção pra não engolir o caroço!!!" Eu já estava brigando! Mas então - GLUP! - fiquei sem ar momentaneamente. Eu engoli o caroço da minha azeitona!
Alguns objetos parecem ter a habilidade de desaparecer (não vou nem falar das tesourinhas, chaves, celulares, isqueiros e da pontinha das fitas adesivas), outros já gostam de aparecer, como os legos que sempre estão no caminho quando estamos descalços e as tampas de panela com seu barulho irritante ao cair no chão da cozinha.
Sei que toda vez que eu entrava no quarto do meu filho via aquela montanha de brinquedos espalhados no chão. Certo dia, não era possível nem ver o piso! Comecei a dar bronca, enquanto catava os brinquedos e colocava numa estante de prateleiras. O menino, muito sério, me ajudava. Logo que abri uma "clareira" sentei no chão e continuei a arrumar sua coleção de carrinhos na estante, mas não parava de reclamar.
De repente, quando já estávamos quase terminando, a estante, que estava meio empenada, balançou e todos os brinquedos cairam em cima de mim, em especial as peças de um jogo de dominó, que deram a última quicada na minha cabeça, como se fosse um ponto final!
Ainda descubro a força que rege os objetos!
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- Rio de Janeiro, RJ, Brazil
- Escritora freelance, arquiteta, escultora, pintora,miniaturista, professora... a cada dia descubro mais sobre mim.
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