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Cuidado com esta garota!

domingo, 13 de dezembro de 2009 by Leila Franca


A história de hoje me foi contada pela Valéria Braz e eu apenas a escrevi com minhas próprias palavras. Obrigada Valéria pela sua participação! Vamos começar?

Mosaic of Child Near Beach

Valéria ainda era uma adolescente pequenininha e franzina, quase uma menina ainda e já ia para o centro de São Paulo sozinha, pegando dois ônibus e o metrô. Garotinha decidida, ela participava de um grupo de ajuda de idosos e quando voltava pra casa já eram quase 9 da noite.

Uma vez, enquanto ela passava pela calçada de uma fábrica desativada numa rua escura, já bem perto de casa, viveu uma situação que até gente grande tem medo: foi abordada por um homem esquisito, que a atacou! Num segundo, ele conseguiu segurar suas duas mãos e ela viu que ele estava armado com uma faca!

Angry Tough Guy

Apesar de estar carregando várias sacolas e até um gravador, a mocinha tentou se livrar daquele que lhe apertava os pulsos. Ela falou com o sujeito enquanto fazia força para se libertar e, aproveitando um minuto de distração, conseguiu soltar uma das mãos e aplicou-lhe um golpe certeiro entre as pernas com o gravador!

Enquanto o marginal xingava e se contorcia de dor, ela se soltou completamente e fugiu sem olhar para trás. Correu sem parar, mas com medo de que o homem descobrisse onde morava, em vez de entrar em casa, Valéria foi direto até uma obra ao lado, onde pediu socorro aos operários que lá estavam. Um deles avisou seu pai e todos saíram em busca do agressor, que não foi encontrado.

Girl running, carrying lunchbox and papers; dog running beside her

Depois disso, Valéria não teve coragem de sair de casa sozinha por vários dias e como se não bastasse ainda estava recebendo ligações anônimas com ameaças! Só saía acompanhada dos pais. Toda a família estava assustada. E assim, somente quando se sentiu realmente preparada é que Valéria voltou a sair.

Close-up of person with green karate belt

Experimentou dar uma voltinha na rua e viu que nada acontecera. Resolveu então sair como de costume, mas logo no primeiro dia, quando voltava para casa, observou que um indivíduo estava fazendo o mesmo caminho que ela. Cismada com aquilo, Valéria experimentou andar mais devagar e o homem também retardou seu passo; andou mais rápido e o sujeito se apressou. Atravessou a rua e o indivíduo fez o mesmo! Já estava ficando bastante nervosa com a aparente perseguição quando observou que o cidadão entrou numa padaria. Então ela se tranquilizou, mas foi por pouco tempo. Minutos depois, lá estava ele a seguindo de novo!

Quando Valéria parou no ponto do ônibus, pensou que o sujeito continuaria andando, mas não foi isso que aconteceu. Ele parou no ponto também! Finalmente seu ônibus chegou e ela foi entrando no veículo, enquanto tomava conta do homem, que ficara para trás... Mas ela quase teve um ataque ao ver que, no último segundo, o indivíduo correu para entrar no ônibus também e vinha logo atrás dela! Agora era fato, ele a estava seguindo. Não havia como negar!

Businesswoman  standing on curb, low angle view

Ela decidiu saltar do coletivo um ponto antes do seu. Se o homem também saísse do ônibus, seria a prova final de que ele a estava seguindo mesmo! Assim que Valéria puxou o sinal e foi para a porta do ônibus, ela viu que o cara estava se ajeitando para descer também.

A cada degrau que descia do ônibus, ela se sentia mais apavorada. Mais alguns passos e ela foi se aproximando de uma banca de jornal, cujo dono era amigo de sua família. Ela conseguia sentir a proximidade do sujeito que a estava seguindo. Então aquele pavor foi se transformando em ansiedade e a ansiedade foi virando raiva e a raiva foi subindo, subindo... até que...

Composite of lightning bolts and human eye

Sua paciência chegou ao fim! Começou a ver tudo vermelho! E todas as raivas que teve na vida se aglomeraram em uma só! É hoje!!!

close-up of a person's mouth and nose (toned)

Valéria partiu pra cima do cara na decisão! Ele ficou pálido e recuou diante da investida! A cada bolsada Valéria falava tudo o que tinha ficado preso desde a noite que foi atacada na calçada da fábrica! O homem ainda conseguiu falar: "Que isso moça! Nem te conheço! Tá doida?" Mas Valéria não estava mais ouvindo nada!

Young man

Valéria só parou de bater no homem com a bolsa quando sentiu que alguém lhe segurava pela gola da blusa com força: era o dono da banca de jornal, amigo de sua família, que a impediu de continuar dando bolsada no sujeito. "Largue! Largue ele! É meu sobrinho!"

Assim Valéria entendeu. O homem que ela pensou que a estava seguindo era sobrinho do dono da banca e estava indo visitá-lo!

13 comentários:

  1. DIVERSOS
    18 de dezembro de 2009 às 11:43

    Oi,
    Leila,
    Bom Dia!!!
    Que hisória! a narrativa está perfeita, conseguiu misturar na dose certa, certinha suspense e humor ficou super show. lembrei dos romances de Agatha Christie que lia quando era adolescente.. Muito bom Amiga. Parabéns!!!
    Beijão no seu coração. Fica com Deus
    Bom fim de Semana!!!!!

  1. Solange
    18 de dezembro de 2009 às 12:04

    Não culpa essa moça, fui seguida quando estuva por uns quatro dias por um carro branco, no ultimo dia esse filho da put... quase me jogou para dentro do carro...Fui acompanhada por policiais a paisana no quinto dia, sexto por amigos e, setimo, e oitavo... E, muito tempo depois que fui perder esse medo forte, pois ainda hoje tenho medo, não posso ver um carro branco.

  1. Unknown
    18 de dezembro de 2009 às 12:23

    Leila,

    O medo, a desconfiança e uma enorme coincidência transformados numa narrativa extraordinária!
    Parabéns minha amiga e também à corajosa Valéria!

    Beijos
    Luísa

  1. Principe Encantado
    18 de dezembro de 2009 às 12:42

    Muito legal esta esta mesmo preparada para o imprevisto.
    Abraços forte

  1. ANBV.
    18 de dezembro de 2009 às 13:08

    História interessante,
    parabéns....

  1. Valéria Braz
    18 de dezembro de 2009 às 13:24

    Oi amiga... meus comentários desapareceram!!!! Daqui também!
    Adorei a história... eu que vivi a história e sei o final, me envolvi neste clima de suspense... aliás muito bem aumentados com as imagens!
    Também adorei a dose de humor que foi o motivo do envio da história!
    Você é 1000.... ficou muuuuiiiitttto legal!
    Beijo enorrrrrmmmmmeeeee no seu coração!

  1. Murillo diMattos
    18 de dezembro de 2009 às 14:11

    É a primeira vez que "te leio", e gostei. Narrativa ótima do início ao fim. Excelente pra ser mais completo.
    Entre em meu outro blog:
    www.masmorradosdragões.blogspot.com,
    lá tem uma postagem que fala sobre um concurso de contos. Sei que o que azqui vc apresentou está mais para uma crônica, mas como acho que de uma crônica para um conto, é apenas uma questão de saber dar um pulo. Eu tô indicando isso, ok? E se estiver interessada tbm, participe do meu concurso de poesia, lá mesmo nesse blog que te indiquei. Um abraço!...

  1. vovolili
    18 de dezembro de 2009 às 15:45

    Olá amiga Leila,

    Sua narrativa, como sempre, é uma delícia de ler, do começo ao fim.
    Parabéns às duas amigas:- à Leila pela crônica muito bem feita da história real da Valéria.
    Á Valéria pela coragem e valentia demonstradas.
    Carinhoso e fraterno abraço.
    Lilian

  1. LISON
    18 de dezembro de 2009 às 17:20

    Saudações Natalinas!
    Amiga Leila,
    Que post fantástico!
    É uma história fascinante, rica em suspense, medo e muita coragem... Com certeza deve ter sido traumático superar tudo isso.
    Excelente narrativa!
    Parabéns pelo Post! Abraços,
    LISON.

  1. Joselito
    18 de dezembro de 2009 às 22:46

    A mente nos prega peça, e acabamos pagando mico.

  1. Júlio [Ebrael]
    18 de dezembro de 2009 às 23:24

    Leila,

    Talvez seja aquela ansiedade toda que a fez tão comunicativa e, pelo que vejo, também decidida a vencer na vida!! Bjs pra ela!! Ela merece todo nosso carinho...

    e pra vc tbm Leila, pela generosidade!!

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