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Amor de Carnaval

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010 by Leila Franca


Com o calor, o verão, o sol, a praia e a sensação de liberdade do Carnaval, é muito comum que namoros e romances comecem nestes dias de folia e feriado. É fácil imaginar que vários desses relacionamentos que iniciaram durante a empolgação da festa se transformem também em cinzas na quarta-feira, principalmente entre os mais jovens. Comigo não foi diferente.

Só me interessei por brincar o carnaval num clube até os 15 ou 16 anos. Preferia muito mais acampar na praia que liga as cidades de Cabo Frio e Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Ia pra lá todo verão. Mas brincando ou não, todo carnaval era a mesma coisa: namorado novo. Nunca durava muito, pois a maioria das vezes morávamos muito longe um do outro. Quando o carnaval acabava, cada um voltava para a sua cidade e nunca mais víamos as pessoas que tinha conhecido durante o acampamento.

beach

Mas de todos os namoros de verão e de carnaval, houve um que eu não pude esquecer. Os três rapazes paulistas chegaram na praia e armaram a barraca logo depois que eu e meus amigos também havíamos chegado. Assim, vizinhos de barraca, logo nos conhecemos. Era sábado de carnaval.

É óbvio que com os passeios, a praia e a música, no grupo cada um arranjou seu par para o namoro rápido de carnaval. Eu tinha 17 anos e o rapaz paulista do interior tinha 18. Não é preciso dizer que foi um namoro super agradável em seus 4 dias de duração. Ficamos apaixonados!

Na hora da despedida, quarta-feira de cinzas, o rapaz me surpreendeu com uma promessa: "Esse ano vou fazer o curso vestibular. Vou tentar medicina! Vou me inscrever na melhor faculdade do Rio de Janeiro! Vou morar lá, então podemos ficar juntos outra vez!"

Pausa.

(E então meninas? O que vocês fariam, aos 17 anos, diante dessa promessa?)

Silhouette of kissing couple sitting at table on sea shore, side view

Passou-se um ano. Era carnaval outra vez. Lá fui eu pra mesma praia, com o mesmo grupo de amigos. Eu estava feliz da vida porque tinha passado no vestibular e as aulas começariam logo.

Interessante que nesse acampamento um dos amigos do grupo (aliás, meu melhor amigo) tinha viajado depois e quando chegou na cidade foi difícil nos encontrar no carnaval. De brincadeira, ele perguntou a um motoqueiro que conheceu: "Por acaso você conhece a Leila? Uma baixinha, lourinha, de óculos..." tereré tororó... e falou tanto de mim, que o rapaz ficou curioso e saiu à minha procura com meu amigo na garupa pela cidade.

Two men riding a motorbike

Acabaram me encontrando! Por coincidência, conversando com o motoqueiro, descobri que ele morava num bairro próximo ao meu, também tinha feito vestibular aquele ano e iria estudar na mesma faculdade que eu, no mesmo curso!

Acabou o carnaval e na quarta-feira de cinzas o motoqueiro já me telefonou e me chamou para sair. Era óbvio que aquele relacionamento iria se transformar num namoro, como realmente aconteceu.

Fazia uma semana que as aulas tinham começado. O telefone tocou. Era o paulista. Ele me contava, feliz, que havia conseguido tudo que havia prometido! Senti uma dor no coração. Tive de dizer a ele que estava namorando outro. Achei melhor não vê-lo.

Apesar de tudo, acredito que este paulista foi um homem de valor que conheci e que não vou mais esquecer. Pena que éramos tão jovens, que foi tão breve. Pena que era carnaval.

Willets comb the surfline at daybreak - Cayo Costa State Park, Florida


9 comentários:

  1. DIVERSOS
    17 de fevereiro de 2010 às 18:39

    Oi,
    Leila,
    amiga sei não viu.. vc nem teve a curiosidade de ver o paulista e sair pra tomar um sorvetinho??? Oxa!!!Já que foi um namorico de carnaval não custava nada...pobre rapaz....rsrsrs
    Bjos no coração e fica com Deus

  1. J.R. Fernandez
    17 de fevereiro de 2010 às 19:08

    Oi Leila querida!
    Carnaval pode gerar lindas lembranças. Muito bonita a história.
    Sempre penso que são histórias como esta que nos preparam para os próximos carnavais. ;-)
    Beijo grande, Fernandez.

  1. Francisco Castro
    17 de fevereiro de 2010 às 19:17

    Olá, Leila!

    Apesar de tantas libertinagens que ocorrem no período do carnaval, eu acho que essa época é a mais amimada e mais divertida de todo ano.

    Abraços

    Francisco Castro

  1. Valdeir
    17 de fevereiro de 2010 às 20:17

    Ah! Você não ia advinhar que iria encontrar outror rapaz por quem iria se apaixonar. Acho que você se envolveu com o motoqueiro porque sempre ouviu dizer que amor de carnaval tem vida curta. Mas, graças a Deus que você acreditou nisso, né?, afinal você não iria viver um grLegal! Essa falta de ter o que não se teve é também conhecido como "Melancolia'.

    Beijãoande amor com a outra pessoa.

    Na vida, nada é por acaso.

    Beijos.

  1. Anônimo
    17 de fevereiro de 2010 às 21:14

    Leila,

    Que história mais linda! Que rapaz ternurento e querido. Que bom que é sentir essa melancolia de não ter acontecido, ou melhor continuado! :)

    Beijinhos
    Luísa

  1. Joselito
    17 de fevereiro de 2010 às 22:27

    Grande Leila, realmente é uma coisa inconstante, mas nestes acampamentos que acontece que o pessoal chega ja armando a barraca, pode acontecer de tudo.

  1. Eninha
    17 de fevereiro de 2010 às 22:39

    Sou da mesma opinão da Luísa. Ainda bem que você viveu .
    No meu caso eu reencontrei meu ex-namorado "por acaso" em pleno Carnaval. Literalmente atrás do trio . Voltamos ali mesmo quando já estava (achava eu !)em outra "onda" . Resultado : casamos e vivemos felizes até hoje .Ele é meu marido Pedro:)
    bjs
    Eninha

  1. LISON
    17 de fevereiro de 2010 às 23:57

    Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amiga LEILA, mais uma história fascinante que você nos brinda e o mais importante é que esta lhe deixou profundas lembranças e felicidades.
    Parabéns pelo lindo Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

  1. Willians
    18 de fevereiro de 2010 às 04:02

    Ah, fiquei com pena do paulista... mas a vida é assim, não é mesmo?

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