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Não deixe ninguém dormir aí não, heim?

sábado, 19 de dezembro de 2009 by Leila Franca


Tem gente que dorme à toa: numa sala cheia de gente conversando, no cinema, no ônibus e até em pé. Nunca fui dorminhoca assim, mas quando eu era criança sempre caía num sono profundo toda vez que o carro do meu pai chegava em frente a porta de nossa garagem na volta de um passeio. Assim eu tinha de ser carregada no colo até a minha cama. Bem, às vezes eu estava só fingindo que estava dormindo pois estava com preguiça de andar.

Rear view of a young man carrying a sleeping young girl (4-6) in his arms

Uma vez dormi em plena sala de aula, no meio da temida arguição de História Geral, e acordei de sobressalto com a professora me perguntando quem havia sido Ramsés III. Anos depois, frente a frente com sarcófagos egípcios no interior de um grande museu, tive de dizer: "Ah... enfim te encontrei, heim?"

Teenage Girl Sleeps at Her Desk in a Classroom of Secondary School Students

Na faculdade houve um dia que dormi numa sala e acordei bem depois do horário da saída, quase no dia seguinte! Todos tinham ido embora e ninguém me viu ali. Tive que pedir ao vigia que me abrisse o portão de saída e fiquei até com medo de ser suspensa, mas felizmente nada aconteceu.

Young man sleeping in the corner of a classroom

Confesso que já dormi uma vez no cinema, enquanto assistia ao filme A Flauta Mágica, de Ingmar Bergman. Eu estava super cansada e a ópera de Mozart cantada em sueco me fez dormir. Fiquei aborrecida comigo mesma porque gosto tanto do músico quanto do cineasta, mas o filme foi como um sedativo em dose dupla naquela noite e só acordei quando as luzes acenderam. Bem, melhor que minha mãe, que dorme basicamente no final de todos os filmes que vê.

Mas quando a gente está super cansado e morrendo de sono é capaz de dormir em qualquer lugar. Uma vez, com um grupo de amigos, chegamos ao local do acampamento já tão tarde que, no escuro, armamos a tenda muito perto da praia e no meio da noite, quando a maré subiu, fomos acordados por uma onda que invadiu a barraca! Achamos até conchinha grudada nos cobertores. Depois disso, fomos armar a barraca no alto do morro.

Young man lying in sleeping bag, couple by tent in background

Mas dentre os lugares mais estranhos que já dormi, sem dúvida foi a vez que, voltando de um grande show de rock, dormi na garupa de uma moto. Tinha pulado a noite inteira e não resisti. Não sei como pude dormir com todo aquele barulho e o vento. Até hoje penso que poderia ter caído da moto em movimento.

Couple riding motorcycle

As pessoas costumam ser cruéis com quem dorme em lugar errado. Uma vez colocaram pasta de dente na minha cara enquanto eu dormia, pintaram minhas unhas, mas também já fiquei quieta olhando alguém dormir num degrau de uma piscina vazia, enquanto esta estava sendo cheia d'água. Queria saber em que momento a pessoa iria acordar!

Group of young men drawing on a sleeping man's face

Mas não há nada pior do que alguém dormindo do nosso lado num ônibus, trem ou avião. A pessoa dormindo vai caindo em cima da gente, vai se encostando e a gente se esquivando. Daqui a pouco não tem mais lugar pra fugir e aí o jeito é empurrar o dorminhoco. Mas não dura um segundo e lá vem o cara de novo querendo fazer nosso ombro de travesseiro. Isso dá a maior raiva. Às vezes a pessoa até acorda, fala: "Desculpa" e torna a dormir de novo.

Sleeping Businessman Leaning His Head on the Shoulder of a Fellow Passenger on a Commercial Aeroplane

Mas, quem é que ainda não dormiu dentro de um ônibus? Bom, eu dormi uma vez mas não perturbei ninguém - pelo menos eu acho! Estava voltando da faculdade e já era tarde da noite. Não tinha dormido direito na véspera por causa da prova e fui uma das últimas a sair de sala. Assim, quando sentei naquele ônibus quase vazio dormi mesmo e fui parar no ponto final, muito depois da minha casa!

Teenage girl in school bus

"Moça! Moça! Acorda aí!" - disse o motorista me sacudindo o ombro. Arregalei os olhos sem entender nada. "Já chegamos! É o ponto final aqui!" Olhei no relógio e já passava da meia-noite. E agora? O que eu ia fazer pra voltar pra casa àquela hora? Falei que eu ia ficar naquele ônibus mesmo pra poder pegar a viagem de volta e saltar no meu ponto. Mas o ônibus estava indo pra garagem! "Agora só daqui a uma hora que vai ter outro ônibus", explicou o motorista. Olhei para o lado de fora e senti a barra pesada daquele lugar. O motorista entendeu.

"Se quiser, eu te levo de carona. Estou indo pra garagem, mas é o mesmo trajeto." Aceitei. Sentei lá na frente do ônibus um tanto quanto apreensiva e desconfortável com a situação. Mas o motorista foi gente fina e fez até mais do que eu esperava. Quando chegou perto do meu ponto, ele perguntou: "Que rua é que você mora?" Eu respondi: "É a segunda a direita!"

E aquele ônibus grandão entrou naquelas ruas residenciais mais estreitas que a principal, percorrendo um caminho que normalmente eu teria de seguir à pé, e me deixou bem em frente da minha casa!

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