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Uma vez dormi em plena sala de aula, no meio da temida arguição de História Geral, e acordei de sobressalto com a professora me perguntando quem havia sido Ramsés III. Anos depois, frente a frente com sarcófagos egípcios no interior de um grande museu, tive de dizer: "Ah... enfim te encontrei, heim?"
Na faculdade houve um dia que dormi numa sala e acordei bem depois do horário da saída, quase no dia seguinte! Todos tinham ido embora e ninguém me viu ali. Tive que pedir ao vigia que me abrisse o portão de saída e fiquei até com medo de ser suspensa, mas felizmente nada aconteceu.
Confesso que já dormi uma vez no cinema, enquanto assistia ao filme A Flauta Mágica, de Ingmar Bergman. Eu estava super cansada e a ópera de Mozart cantada em sueco me fez dormir. Fiquei aborrecida comigo mesma porque gosto tanto do músico quanto do cineasta, mas o filme foi como um sedativo em dose dupla naquela noite e só acordei quando as luzes acenderam. Bem, melhor que minha mãe, que dorme basicamente no final de todos os filmes que vê.
Mas quando a gente está super cansado e morrendo de sono é capaz de dormir em qualquer lugar. Uma vez, com um grupo de amigos, chegamos ao local do acampamento já tão tarde que, no escuro, armamos a tenda muito perto da praia e no meio da noite, quando a maré subiu, fomos acordados por uma onda que invadiu a barraca! Achamos até conchinha grudada nos cobertores. Depois disso, fomos armar a barraca no alto do morro.
Mas dentre os lugares mais estranhos que já dormi, sem dúvida foi a vez que, voltando de um grande show de rock, dormi na garupa de uma moto. Tinha pulado a noite inteira e não resisti. Não sei como pude dormir com todo aquele barulho e o vento. Até hoje penso que poderia ter caído da moto em movimento.
As pessoas costumam ser cruéis com quem dorme em lugar errado. Uma vez colocaram pasta de dente na minha cara enquanto eu dormia, pintaram minhas unhas, mas também já fiquei quieta olhando alguém dormir num degrau de uma piscina vazia, enquanto esta estava sendo cheia d'água. Queria saber em que momento a pessoa iria acordar!
Mas não há nada pior do que alguém dormindo do nosso lado num ônibus, trem ou avião. A pessoa dormindo vai caindo em cima da gente, vai se encostando e a gente se esquivando. Daqui a pouco não tem mais lugar pra fugir e aí o jeito é empurrar o dorminhoco. Mas não dura um segundo e lá vem o cara de novo querendo fazer nosso ombro de travesseiro. Isso dá a maior raiva. Às vezes a pessoa até acorda, fala: "Desculpa" e torna a dormir de novo.
Mas, quem é que ainda não dormiu dentro de um ônibus? Bom, eu dormi uma vez mas não perturbei ninguém - pelo menos eu acho! Estava voltando da faculdade e já era tarde da noite. Não tinha dormido direito na véspera por causa da prova e fui uma das últimas a sair de sala. Assim, quando sentei naquele ônibus quase vazio dormi mesmo e fui parar no ponto final, muito depois da minha casa!
"Moça! Moça! Acorda aí!" - disse o motorista me sacudindo o ombro. Arregalei os olhos sem entender nada. "Já chegamos! É o ponto final aqui!" Olhei no relógio e já passava da meia-noite. E agora? O que eu ia fazer pra voltar pra casa àquela hora? Falei que eu ia ficar naquele ônibus mesmo pra poder pegar a viagem de volta e saltar no meu ponto. Mas o ônibus estava indo pra garagem! "Agora só daqui a uma hora que vai ter outro ônibus", explicou o motorista. Olhei para o lado de fora e senti a barra pesada daquele lugar. O motorista entendeu.
"Se quiser, eu te levo de carona. Estou indo pra garagem, mas é o mesmo trajeto." Aceitei. Sentei lá na frente do ônibus um tanto quanto apreensiva e desconfortável com a situação. Mas o motorista foi gente fina e fez até mais do que eu esperava. Quando chegou perto do meu ponto, ele perguntou: "Que rua é que você mora?" Eu respondi: "É a segunda a direita!"
E aquele ônibus grandão entrou naquelas ruas residenciais mais estreitas que a principal, percorrendo um caminho que normalmente eu teria de seguir à pé, e me deixou bem em frente da minha casa!
Adoro coisas bem feitas, trabalhos que exigem precisão, principalmente quando é realizado em grupo, o que torna a coisa ainda mais difícil, pois todos devem estar de certa forma conectados e dando simultaneamente o seu melhor.
Adorei este filme antigo, da década de 50, que exibe um verdadeiro balé de motociclistas italianos. Vale a pena ver!
vídeo: diagonaluk
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Aprendi a dirigir num fusquinha, aliás já dirigi muito carro velho cheio de macetes pra poder funcionar. Antes eu tinha bloqueio: se o carro tivesse com algum problema eu preferia sair de ônibus, até que minha analista me convenceu de que quem dirige, dirige também os problemas. Então passei a dirigir tudo que é lata velha: carro que a porta não abre, depois não fecha, que o banco cai pra trás, carro sem freio de mão, sem espelho, sem limpador de para-brisa etc.
Logo que comecei a dirigir perguntei ao meu pai: "Pai, o que eu devo fazer se algum dia eu bater no carro de outra pessoa, quer dizer, se a culpa for minha?" E meu pai me respondeu com toda a sua sabedoria: "Você sai do carro, vá até o carro que você amassou e diga o seguinte ao motorista: Olha só o que o senhor fez!!!".
Mas eu nunca passei por nenhum acidente grave (só aquela vez que eu parei num sinal vermelho que ninguém para e o motorista que vinha atrás de mim teve perda total, embicou até o teto, ao bater no meu carro). Morando no Rio de Janeiro, logicamente, também já roubaram meu carro, mas sobre isso escrevo depois.
Sou educada no trânsito, cedo a vez, não xingo nem perco a classe, só quando alguém faz uma loucura pra me ultrapassar e depois fica andando feito uma tartaruga na minha frente. Só faço zigue-zague quando estou com pressa. Mas nunca bati dentro da minha garagem, só enganchei no carro da minha mãe e também teve uma vez que não reparei que uma cadeirinha de praia enganchou no meu carro dentro da garagem e eu acabei indo para o trabalho com aquela cadeira pendurada na traseira.
Depois melhorei de vida e comprei um carro semi-novo, mas só fui dirigir carro automático depois que fui morar nos Estados Unidos. Eu não cheguei a comprar carro lá, porque tinha o metrô, mas alugar carro naquele país não é tão caro como no Brasil. Agora, caminhão de mudança lá é caro. Talvez seja por isso que os americanos quando se mudam deixam tudo na casa e levam só uma mala.
Teve uma vez que eu e o americano que morava comigo resolvemos nos mudar de Springfield para Boston. Eram três horas de viagem e ele cismou de levar nossas coisas num caminhão. Ele alugou um caminhão, mas o problema é que ele não tinha carteira de motorista! Eu falei pra ele que a minha carteira não me permitia dirigir aquele tipo de veículo, então ficamos com um problema. Caminhão alugado, mas sem ninguém pra dirigir.
Um amigo nosso se ofereceu pra dirigir o caminhão. Problema resolvido, só que eu teria que dirigir o carro do rapaz pra ele poder depois voltar pra casa, já que devolveríamos o caminhão na cidade para onde estávamos nos mudando. Eu não sabia o caminho a tomar, então o caminhão iria na frente e eu atrás no outro carro. Tudo certo.
No dia da mudança, eu fiquei arrumando as coisas enquanto os dois americanos iam enchendo o caminhão. Só quando fui do lado de fora é que eu vi o carro que eu teria que dirigir... Era um carro conversível vermelho, baixinho, que eu nunca tinha visto de perto.
Mas a surpresa maior não foi somente o carro. Meu amigo tinha uma cobra chamada Jack que vivia num terrário. Eu pensei que esta cobra fosse em alguma caixa dentro do caminhão, mas ele disse que deixaria a cobra com uma amiga antes de seguirmos a viagem e por isso a cobra iria conosco só até a casa da garota...
Quando liguei aquele carrinho vermelho senti o poder do ronco do motor... ai ai ai... O americano que morava comigo apareceu com a cobra enrolada no pescoço e se sentou do meu lado. Eu, morrendo de medo, disfarcei e disse que só tinha medo de alpaca (assista o vídeo e entenderá).
Foi só encostar o pé no acelerador e o carro deu um pulo pra frente e saímos em disparada! Eu olhava pra frente, mas ao mesmo tempo prestando atenção na cobra que começou a se desenrolar do pescoço do meu amigo e vir com meio corpo no ar na minha direção. Eu já estava meia que virada de lado e a cobra chegando perto do meu cabelo!
O outro americano no caminhão corria mais do que tudo e em poucos minutos desapareceu da minha frente. Eu apertava mais o acelerador e o carro ia que ia, mas quando fazia alguma curva a cobra quase que caía entre o encosto do carro e as minhas costas.
Ainda bem que a casa da americana que ficou com a cobra não era muito longe. Ela, vendo que eu estava morrendo de medo e querendo curtir com a minha cara, pegou a cobra e enrolou no pescoço, dando uma risadinha pra mim.
Ainda rodamos bastante naquele dia. Meu amigo não era muito bom com mapas. Se íamos para a esquerda eu tinha a impressão que acabaríamos chegando no Maine e se íamos para a direita começávamos a ver as placas apontando Rhode Island. Mas finalmente chegamos em Boston onde o caminhão já tinha chegado há muito tempo.
video: Okiesp
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- Leila Franca
- Rio de Janeiro, RJ, Brazil
- Escritora freelance, arquiteta, escultora, pintora,miniaturista, professora... a cada dia descubro mais sobre mim.
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