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Minha mãe já tinha seus 70 anos quando comprou um terreno no meio do nada naquele lugar. Pra variar, nem sombra de água naquela terra poeirenta. Mas ela fez uma cisterna de chuva, perfurou um poço artesiano, usou energia solar e aos poucos, ela conseguiu construir um "oásis".
Assim que tudo ficou pronto, deixou a violenta cidade do Rio de Janeiro e mudou-se para sua nova casa. Minha irmã Lúcia foi junto. Agora aquele espaço está coberto de flores que minha mãe plantou. Abaixo, minha mãe no jardim.
Minha irmã Lúcia sempre quis ter um cavalo. Assim que se mudou, ela comprou um. Ela monta a pelo, sem sela, sem nada. Além do cavalo, ela tem cachorro, gato, galinhas e até um porquinho!
Apesar de ter saído da cidade, minha mãe e minha irmã não dispensaram o computador e a internet. Eu acho isso legal, mas não sei se me acostumaria com as pererecas que aparecem de noite e com a distância do supermercado e outros serviços. E você, o que acha?
Lendo ontem a história da viagem de trem do Fernandez, lembrei do tempo que fui morar numa cidade chamada Hyde Park. Logo nos primeiros dias, pensei que morasse perto de algum aeroporto por causa do barulho de avião que ouvia de quando em quando. Depois descobri, surpresa, que não havia nenhum aeroporto no local e o barulho de "avião" que eu tanto ouvia era na verdade o ruído que o trem Acela fazia ao passar.
Aquele trem fazia o trajeto Boston-New York e era capaz de alcançar a velocidade de 240 km/h. Mas na minha imaginação, o trem, que não fazia paradas, devia passar em algum trilho exclusivo, em algum local de difícil acesso. Mas não era bem assim...
Um dia, de manhã cedo, eu e um amigo indo, morrendo de sono, para o trabalho, ninguém na rua, o maior silêncio, nos sentamos na estaçãozinha singela de Hyde Park para esperar o trem. Eram 2 pares de bancos sob um telhadinho. Só havia nós dois tiritando de frio ali, a 1 metro e meio dos trilhos.
Daqui a pouco, não deu tempo nem de sair de perto, o mundo inteiro tremeu! Acho que até a minha alma tremeu! Com um barulho ensurrecedor, o trem Acela passou, a toda velocidade, por aqueles trilhos tão perto de nós, que poucos minutos antes pareciam tão inofensivos!
Durante a passagem, que não demorou muito, a minha reação e a do meu amigo, foi de olhar um pra cara do outro, com os olhos arregalados e gritar Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh!!!!!!! Era como estar sentado numa pista do aeroporto durante a passagem de um avião.
Jamais pensei que um trem daqueles, com uma velocidade daquelas, pudesse passar tão perto de onde as pessoas estivessem sentadas. E a partir daquele dia, eu ficava "de pé atrás" a cada vez que ia para a estação de Hyde Park.
Nem sempre deu tudo certo no meu trabalho com as miniaturas. Houve ocasiões em que tudo deu errado. No início, experimentei queimar minhas peças de argila num forno elétrico que meu marido construiu. Eu me lembro que ele tentou usar resistência de chuveiro, mas não aquecia o suficiente. Então arrancou a espiral de cadernos universitários e usou como resistência! E foi com isso que o nosso forno funcionou!
Nós morávamos num apartamento térreo tipo casa e do lado de fora, nos fundos e à pouca distância, havia um quarto que transformei em atelier. Mas eu vivia sobrecarregada com as encomendas, filhos, casa, bichos, de forma que uma noite fomos dormir e quando acordei pela manhã e abri a janela, descobri que o meu atelier inteiro tinha queimado durante a noite! Meu marido tinha esquecido o forno ligado! Perdi todo o material. Tudo estava preto, como carvão! Não deu pra salvar absolutamente nada. Tive de começar tudo de novo, do zero.
Em outra ocasião fui morar temporariamente na casa dos meus pais, mas apesar da casa ser enorme, não havia um lugar onde eu pudesse fazer minhas miniaturas. A casa tinha sido recém construída, tudo era novo, mas ainda havia, nos fundos, o barracão da obra, que meu pai havia feito num terreno vizinho. Com o final da construção, o barracão ficou abandonado no matagal. E foi ali que fiz meu atelier improvisado.
De vez em quando eu era surpreendida por mosquitos, formigas, grilos, bruxas, morcegos, mariposas enormes, se bobeasse tinha até cobra ali, pois durante a construção meu pai matou várias. Encontrou até um gambá! Então, depois que meus filhos iam dormir, lá ia eu pro meio do mato fazer miniaturas no atelier-barracão e ficava lá até a madrugada. Era desconfortável, mas era o que eu tinha.
Uma noite, quando eu estava terminando uma série de peças, começou uma ventania. Uma tempestade forte estava vindo. Comecei a tampar as tintas, guardar as miniaturas em caixas, limpar os pincéis pra poder guardar, mas o vento ficou mais forte, raios, trovões! Larguei tudo e corri pra dentro de casa. Um minuto depois, o barracão simplesmente desmoronou! Caiu! E tudo que eu tinha foi destruído!
Depois disso fiquei um tempão sem fazer as miniaturas. Parecia que eu estava forçando demais a barra. Mas uma vez parecia que a sorte voltou a me fazer companhia. Eu estava em Boston e um dia tentei explicar a uns amigos americanos como eram as miniaturas que eu fazia. "Por que você não faz umas e traz pra gente ver?", sugeriram. E foi assim que improvisei também um atelier lá em Boston e comecei a vender miniaturas naquela cidade.
Fiz tantos contatos, que acabaram me convidando para expor meus trabalhos no Museu de Sommerville (por um dia apenas). Fiquei super feliz. O problema é que na noite da véspera da exposição houve uma tremenda tempestade de neve! Ventava tanto que a neve passava pela janela na horizontal.
"Pronto! Ninguém vai a exposição nenhuma!", pensei. Mas sem perder a linha, lá fui eu pra minha própria exposição, sozinha, como sempre. O museu era meio contra-mão: longe pra ir a pé e perto pra ir de carro. Resolvi ir à pé (não tinha limosine branca não..). Chapéu de feltro na cabeça, vários casacos e por cima de tudo um casaco lindo de camurça marrom, que eu tinha comprado para a ocasião. Mas foi só eu dar 3 passos na rua e um pombo fez cocô no meu braço! Destruiu meu casaco!
Fui xingando, resmungando sozinha! Estava tão frio que eu não aguentava nem fumar! Como eu pensei, o museu vazio, ninguém. Quem vai sair de casa num frio desse? Mas meia hora depois, o museu encheu de gente!!! Só descobri o mistério da chegada repentina de tanta gente quando fui fumar do lado de fora. O museu ficava em frente de uma igreja! No final de cada missa, todos os fiéis atravessavam a rua e entravam no museu!
Acho que fui salva pela fé!
Nunca tive preconceito com relação ao trabalho. Faço o que tiver de fazer, sem problemas. De fato isso pode ser muito divertido! Então, paralelamente à minha vida profissional, sempre gostei de fazer e vender trabalhos artísticos que eu mesma faço, como telas à óleo e miniaturas.
Na verdade, quando eu era mais nova, passei 3 anos vivendo exclusivamente da venda das minhas miniaturas. Vendi em lojas, feiras, em tudo que é lugar. Em relação a essa fase da minha vida, tenho mil histórias curiosas, mas hoje vou contar um caso interessante que aconteceu mais recentemente.
Fazia tempos que eu estava achando muito caro os preços cobrados para expor nas feiras de artesanato. Assim, resolvi parar com as feiras e vender em outro lugar. Minha família possuía uma espécie de galpão que estava sem uso há anos. Muros altos e um grande portão de ferro que vivia fechado. "Vai ser lá mesmo!", pensei.
Depois de limpar bem o local e jogar um monte de tralha fora, resolvi vender minhas miniaturas bem ali naquele galpão, que minha família chama de "Verde" por ter o piso pintado dessa cor. Providenciei uma mesinha, um pedaço de feltro para forrar, banquinho, cafezinho, água - tudo que eu poderia precisar! E lá fui eu para a minha própria "inauguração" que contava somente com a minha presença!
Coloquei a mesinha diante do portão (ainda fechado), arrumei as miniaturas cuidadosamente e abri a porta! Mas nesse exato momento, um segundo depois que abri o portão, ouvi aquela freada tremenda!!! RRRRRRRRRUUUUUUUUUUUUUUUUHHHHHHH!!!!
Na minha frente, a 1 metro e meio de distância, parou um camburão!!! As portas do veículo se abriram e quatro policiais fortemente armados vieram em passos largos em minha direção!!! (Vocês viram aquele filme, "Tropa de Elite"?). Não preciso dizer que quase tive um ataque cardíaco ou desmaiei com aquela aparição repentina e com a proximidade daquelas armas! Pensei que tivesse acontecendo uma perseguição policial bem ali onde eu estava! Mas era comigo mesma que os policiais vieram ter.
Pararam bem na minha frente e olharam as miniaturas. "Isso é feito de quê?", um deles perguntou. Ainda trêmula, respondi: "De argila." O policial sorriu... Suspirei e ainda arrisquei: "Também uso outros materiais." Ele pegou uma de cada, pagou em dinheiro e mandou embrulhar (eu não estava acreditando que o policial estava comprando miniaturas!) O policial mais velho perguntou se eu saberia fazer policiais em miniatura. "Então faça nós quatro!" Eu olhei bem pra eles para lhes gravar a fisionomia e avisei que faria um pouco caricaturado. Eles gostaram da idéia e foram embora.
A presença dos policiais ali falando comigo atraiu a atenção das pessoas que passavam... Todo mundo queria "ver o que estava acontecendo". Foi até engraçado! Quando viam que os policiais estavam comprando as miniaturas, então queriam também! Como eu vendi neste dia! Não parei um minuto!
Uma semana depois, as miniaturas estavam prontas e os policiais adoraram! (ainda bem!) No dia seguinte outra viatura com cinco policiais parou na minha porta e mais uma encomenda! "Vou fazer o batalhão inteiro!", pensei. Não foi o batalhão todo, mas fiz muitos realmente. Depois disso vieram encomendas de oficiais da marinha, guarda municipal, vieram todas as fardas. Tive até que fazer uma pesquisa sobre os uniformes. E um amigo meu comentou: "Isso que é abertura de novos mercados!!!"
Trabalhei um ano nesse galpão. Fiz tantas miniaturas que fiquei com uma tendinite e por isso parei. Mas o lugar continua lá... o muro alto, o portão de ferro, as pessoas perguntam quando vou voltar a vender minhas miniaturas lá. "Ainda não sei!"
Qualquer dia eu volto!
Quando eu era menina adorava ler as revistinhas em quadrinhos dos personagens do Walt Disney. O meu preferido era o Tio Patinhas. Eu sempre comprava o "Almanaque do Tio Patinhas", que tinha mais páginas e mais histórias pra ler. A parte que mais gostava era quando o Tio Patinhas resolvia nadar em sua piscina de dinheiro. Dava pra sentir o prazer que ele tinha em fazer isso. Bastava mergulhar no dinheiro e pronto! Curava-se de qualquer perturbação.
Meu pai também era fã dos quadrinhos. Assim, uma vez, ao vender um imóvel, ele fez questão de ir ao banco sacar o valor que recebeu pelo imóvel em dinheiro e levou para casa, só para que nós pudéssemos, ao menos uma vez na vida, nadar em dinheiro... Não posso me esquecer desse dia! Foi uma verdadeira farra em família!
Antes de morrer, meu pai me falou que morria feliz, pois tinha realizado todos os seus sonhos. Acho que nadar em dinheiro foi um deles!
O curioso é que muitas vezes temos sonhos que podem ser realizados num piscar de olhos, numa oportunidade. Sonhos que necessitariam de apenas um dia ou uma noite, de um gesto ou uma atitude. Temos muito sonhos e fantasias que podem estar ao alcance neste exato momento. Precisam apenas de ação. E realizar é muito divertido!
Imagem: copieecole.blogspot.com
Com o calor, o verão, o sol, a praia e a sensação de liberdade do Carnaval, é muito comum que namoros e romances comecem nestes dias de folia e feriado. É fácil imaginar que vários desses relacionamentos que iniciaram durante a empolgação da festa se transformem também em cinzas na quarta-feira, principalmente entre os mais jovens. Comigo não foi diferente.
Só me interessei por brincar o carnaval num clube até os 15 ou 16 anos. Preferia muito mais acampar na praia que liga as cidades de Cabo Frio e Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Ia pra lá todo verão. Mas brincando ou não, todo carnaval era a mesma coisa: namorado novo. Nunca durava muito, pois a maioria das vezes morávamos muito longe um do outro. Quando o carnaval acabava, cada um voltava para a sua cidade e nunca mais víamos as pessoas que tinha conhecido durante o acampamento.
Mas de todos os namoros de verão e de carnaval, houve um que eu não pude esquecer. Os três rapazes paulistas chegaram na praia e armaram a barraca logo depois que eu e meus amigos também havíamos chegado. Assim, vizinhos de barraca, logo nos conhecemos. Era sábado de carnaval.
É óbvio que com os passeios, a praia e a música, no grupo cada um arranjou seu par para o namoro rápido de carnaval. Eu tinha 17 anos e o rapaz paulista do interior tinha 18. Não é preciso dizer que foi um namoro super agradável em seus 4 dias de duração. Ficamos apaixonados!
Na hora da despedida, quarta-feira de cinzas, o rapaz me surpreendeu com uma promessa: "Esse ano vou fazer o curso vestibular. Vou tentar medicina! Vou me inscrever na melhor faculdade do Rio de Janeiro! Vou morar lá, então podemos ficar juntos outra vez!"
Pausa.
(E então meninas? O que vocês fariam, aos 17 anos, diante dessa promessa?)
Passou-se um ano. Era carnaval outra vez. Lá fui eu pra mesma praia, com o mesmo grupo de amigos. Eu estava feliz da vida porque tinha passado no vestibular e as aulas começariam logo.
Interessante que nesse acampamento um dos amigos do grupo (aliás, meu melhor amigo) tinha viajado depois e quando chegou na cidade foi difícil nos encontrar no carnaval. De brincadeira, ele perguntou a um motoqueiro que conheceu: "Por acaso você conhece a Leila? Uma baixinha, lourinha, de óculos..." tereré tororó... e falou tanto de mim, que o rapaz ficou curioso e saiu à minha procura com meu amigo na garupa pela cidade.
Acabaram me encontrando! Por coincidência, conversando com o motoqueiro, descobri que ele morava num bairro próximo ao meu, também tinha feito vestibular aquele ano e iria estudar na mesma faculdade que eu, no mesmo curso!
Acabou o carnaval e na quarta-feira de cinzas o motoqueiro já me telefonou e me chamou para sair. Era óbvio que aquele relacionamento iria se transformar num namoro, como realmente aconteceu.
Fazia uma semana que as aulas tinham começado. O telefone tocou. Era o paulista. Ele me contava, feliz, que havia conseguido tudo que havia prometido! Senti uma dor no coração. Tive de dizer a ele que estava namorando outro. Achei melhor não vê-lo.
Apesar de tudo, acredito que este paulista foi um homem de valor que conheci e que não vou mais esquecer. Pena que éramos tão jovens, que foi tão breve. Pena que era carnaval.
Eu e meu pai gostávamos muito de ficar sentados na varanda conversando. Uma vez ele me disse que se tivesse de escrever um livro, este haveria de se chamar "Os Limites da Coincidência" porque as coincidências sempre lhe chamaram a atenção e ele conhecia casos muito interessantes.
Durante a vida, eu mesma fui reunindo meus próprios casos onde incríveis coincidências aconteceram. Uma delas se deu por causa do meu sobrenome. O meu sobrenome sempre gerou erros quanto à grafia. É Franca com "C", como a palavra que significa sincera, que diz a verdade. Não é com cedilha, como França, o país, cuja capital é Paris.
Mas não tem jeito. Em qualquer lugar, colocam uma cedilha no meu sobrenome. Até na certidão de nascimento do meu filho colocaram França e não Franca. Isso sempre causa uma demora no processamento de documentos, pedidos de segunda via etc. Na escola, colégio e faculdade sempre me chamavam de Leila França, com a cedilha. E lá ia eu explicar tudo de novo.
Certa vez, cansada de ver a grafia do meu nome errada, fui na secretaria da faculdade pedir a correção (senão até meu diploma ia ter meu nome errado!). Mas estavam demorando pra atender. Era hora de almoço... Fiquei esperando sentada perto de um rapaz, que também esperava para ser atendido. Depois de alguns minutos, começamos a conversar.
Foi então que o rapaz me disse o que estava fazendo ali: seu sobrenome era França, com cedilha, e não havia jeito de colocarem a cedilha em seu nome, só o chamavam de Franca! E ele estava lá para pedir a correção!!!
Todo mundo já reparou isso... Alguns animais parecem gente. É o olhar, os trejeitos, mas igual a este cachorro que encontrei, nunca vi!
Vídeo: eutubesc
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Essa semana, meu filho foi pra faculdade dirigindo meu carro, mas uma meia hora depois que ele saiu o telefone tocou: "Mãe, a embreagem do carro está fazendo um barulhão e agora nenhuma marcha entra!". Lá fui eu procurar telefone de reboque e telefonar pra oficina pra avisar que o carro ia chegar lá.
Curiosamente, meu filho me contou que enquanto esperava o reboque, o pneu dianteiro do carro foi esvaziando, até que arriou totalmente! Furou o pneu com um prego na mesma hora que a embreagem escangalhou??? Lá se foram 80 reais de reboque e 781 reais de oficina! Que começo de semana!
Mas não parou aí. No dia seguinte fui numa lojinha comprar ração para os gatos. É uma ruazinha apertada, que os motoristas insistem em estacionar em ambos os lados, de modo que só passa um na rua de mão dupla. Quando vêm dois carros de lados opostos, um deles tem que dar marcha ré para o outro passar... Por isso, quando vi que não vinha ninguém saí correndo, já vendo uma vaga bem na frente da loja que eu queria ir!
Mas um quebra mola me fez reduzir e eu já estava colocando o carro na vaga, quando vi que vinha em minha direção, uma pobre mulher empurrando uma carroça e pelo retrovisor, vi que vinha um caminhão! Não ia caber! Por isso encostei bem o carro junto ao meio fio, mas 2 segundos antes de desligar, a ponta de um paralelepípedo torto rasgou meu pneu!
Não havia espaço para trocar o pneu naquela vaga... Fui com o pneu furado mesmo devagarzinho até uma oficina quase em frente. Pisca-alerta ligado, uma fila atrás de mim... um calor insuportável. 10 reais de gorjeta e o mecânico trocou meu pneu. Lá fui eu pro borracheiro... Tem que comprar pneu novo! Com 180 reais sacado do banco 24 horas, saí eu feliz com pneu novo, embreagem nova, tudo ok!
Hoje fui ao banco. Puxei extrato e descobri que o banco errou e debitou os 180 reais do pneu duas vezes! "Você tem que telefonar pra ouvidoria", me disseram no banco. Anotei o telefone 0800 pra ligar quando chegasse em casa.
Saí do banco e dei um suspiro. Quer saber? Está um dia lindo! Entrei numa confeitaria, fiz um lanche gostoso, depois entrei numa loja e comprei um chapéu de praia, de palhinha marrom com um lenço de gaze estampada, que arrematava a parte de trás com um laço! Adoro chapéus!
Urucubaca não me atinge.
Ontem fui falar de piscina e acabei lembrando de como a piscina daqui de casa foi construída... Tínhamos apenas o espaço para construir e a vontade. Assim, enquanto nosso vizinho mandou vir uma máquina escavadeira, que fez um buraco, onde uma piscina de fibra foi encaixada e em dois dias eles já tinham piscina, nós levamos 1 ano cavando a nossa. Cada dia um pouquinho.
Meu pai mesmo cavou o buraco de 7 por 11 metros. Ele acordava às 5h30 da manhã e a cada dia cavava um pouco antes de ir para o trabalho. Quanto à profundidade, era exigência da minha mãe que seu nariz ficasse de fora, se ela ficasse de pé no lugar mais fundo. Por isso a piscina ficou com 1,50m de profundidade. Mas piscina residencial não precisa ser funda.
Mas nós tínhamos um problema. Bem junto do lugar onde a piscina iria ficar tinha um morro, que ultrapassava a altura da casa. Era óbvio que quando chovesse toda terra e barro poderia descer e cair na água. Mas no alto do morro havia uma mangueira, que minha mãe queria. Então um dia eu e minha irmã, vestidas apenas com biquinis, derrubamos o morro, deixando só a mangueira lá em cima! Meu pai cavou um buraco embaixo e a mangueira foi puxada com cordas, caindo dentro do buraco, onde continuou a viver.
Abaixo, minha irmã Sheila, morena, que derrubou o morro comigo, minha mãe no meio e meu filho Gabriel, louríssimo, na piscina recém-construída. Aqui em casa metade da família é loura e metade é morena...
Nesta foto minha mãe com a minha irmã mais nova Lúcia, eu e meus dois filhos. Eu tinha que ficar o dia inteiro na piscina tomando conta deles. Nessa época eu já trabalhava por conta própria e podia ficar com eles o tempo todo.
Aqui meus 3 filhos já crescidos. A mangueira acabou pegando uma doença e teve de ser cortada. No lugar dela plantou-se um cajueiro, cujos cajus caem na piscina durante o verão. Nessa época eu ainda levava uns sustos com os garotos, pois eles gostavam de pular do telhado na piscina. Eu ficava no meu quarto trabalhando e de repente via garoto voando do telhado e caindo na água. Tive que botar um cadeado enorme na porta, para que eles não fizessem mais isso.
Bons tempos. Agora o meu filho mais novo está com 23 anos, terminando a faculdade. Os outros dois já se mudaram. Meu pai morreu, mas a piscina que ele cavou continua refrescando a gente no verão.
Atenção internautas! Cuidado pra não enferrujar!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
by Leila Franca
Ontem eu estava navegando pela internet até que parei num site que mostrava alguns integrantes do Cirque du Soleil. Uma acrobata estava numa posição que, quando vi, pensei: "Que engraçado! Eu costumava ficar nessa posição abessa!" A posição é simples (não é contorcionismo!): com a mão esquerda você segura o braço direito, um pouco acima do cotovelo, mas pelas costas. Ou então ao contrário, com a mão direita você segura o braço esquerdo. Tente! Conseguiu? Sim ou não?
Com essa história da gente ficar no computador o tempo todo, podemos estar enferrujando! E com esse calor, nem sempre apetece sair pra caminhar, pedalar - qualquer coisa! com um sol de 40 graus na cabeça. Com este verão, acho que a melhor pedida seja se exercitar dentro d'água! Na praia ou na piscina, a gente sempre arranja uma água pra amenizar o calor.
Então vamos lá! Hoje minha irmã, que é professora de educação física, me ensinou 3 exercícios bem simples pra se fazer dentro d'água, com o corpo submerso, embora o simples ato de andar ou correr dentro d'água já seja em si um ótimo exercício, melhor até que nadar.
No primeiro exercício, a gente corre na água tentando levantar os joelhos ao máximo, como se estivéssemos querendo encostar o joelhos na barriga.
No segundo exercício, corremos também, mas dessa vez tentando ir com os calcanhares bem para trás, como se estivéssemos querendo encostá-los na parte de trás das pernas.
O terceiro exercício é um pouco mais puxado, mas simples também. Parece aqueles exercícios de aquecimento de jogadores de futebol: correndo de lado. Mas, não esqueça, é tudo dentro d'água!
Só não vale levar o computador pra piscina!
Tomei coragem e desliguei o computador por dois dias. O trabalho que eu tinha de fazer não precisava ser feito na telinha. Uma folha de papel e uma caneta iriam me servir.
Acordei cedo e vi a natureza de todas as cores. Está muito calor no Rio de Janeiro. As árvores parecem mais verdes e o céu mais azul. Tudo adquire uma cor intensa.
Mexi nas plantas, recolhi folhas secas, nadei na piscina, vi um beija-flor. Brinquei com os meus bichos, saí para fazer compras, olhei as vitrines e senti a brisa do mar.
Comi uma sobremesa gostosa, acendi um incenso perfumado, telefonei para amigos que há muito não vejo. Vi o pôr-do-sol, assisti um bom filme e fui dormir cedo.
Ainda há tempo de ter uma vida normal.
Começa com uma conversa, onde uma ou ambas as partes se empolga e a coisa vai esquentando até que se torna um discurso, uma discussão acalorada e qualquer que seja o objeto que por acaso estava em sua mão se torna uma parte ativa e cômica da cena...
Uma vez a campainha lá de casa tocou bem na hora que eu e o marido estávamos na cozinha preparando o almoço. Ele foi atender a porta, mas distraidamente levou consigo um ovo cozido que iria descascar para colocar na salada. Na porta, dois religiosos começaram uma ladainha tentando convencê-lo a se converter naquela religião.
O marido começou a discussão acerca de igrejas e crenças enquanto eu me divertia de longe vendo que ele quase encostava aquele ovo cozido no nariz dos religiosos, que tentavam se esquivar. Ele nem reparou que o tempo todo gesticulou com aquele ovo na mão!
De outra vez eu estava trabalhando numa cantina que servia um sanduíche cortado ao meio. Para segurar as duas bandas do pão, se espetava um palitinho com um enfeite na ponta. Logicamente, antes de comer, a pessoa teria que retirar o palito! Entretanto, um cliente esqueceu de fazer este gesto tão simples e o que aconteceu foi um episódio tragicômico.
O rapaz se levantou de uma das mesas e, fazendo uma careta, disse que queria falar com o gerente. Mas era com a gerente mesmo que ele estava falando. Então, muito alterado, ele começou dizendo que havia mordido o palito do sanduíche e tinha quebrado o dente! Para completar a reclamação, mostrou a todos um enorme dente molar! Algumas pessoas se levantaram pra ver...
A gerente deu um passo pra trás assim que viu o dente na mão do homem. "Não é possível que este palito tenha quebrado o seu dente!", duvidou ela. O rapaz ficou indignado e se virou para falar com os outros clientes (a partir deste momento ele já havia esquecido que estava com o dente na mão). "Muito cuidado com estes palitos!" - ele avisou esticando o braço. Todos evitaram a aproximação do dente e uma clareira se abriu no meio do salão. Depois, virou-se para a gerente e continuou: "Quem é que vai pagar a conta do dentista?"
A discussão se prolongou por mais uns 10 minutos, pois a falta do dente havia despertado o orador que vivia no rapaz. Durante todo o tempo ele gesticulou sem largar o dente em nenhum momento. E no final todos já estavam prendendo o riso pelos cantos.
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