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O sanduíche de 10 mil dólares

quarta-feira, 18 de novembro de 2009 by Leila Franca


Aquele jovem empresário americano parecia pronto para estreiar o papel principal de um filme do tipo 007. O terno alinhado impecável, o corte de cabelo perfeito, o óculos escuros e uma presença carismática. Super elegante e gentil, seu sorriso lhe abria portas... Bem, nem todas!

Dirigindo seu carro, Sean nos contava que acabara de deixar o escritório do advogado onde desembolsara a quantia de 10 mil dólares. Altos negócios, pensei. Mas eis que ele começou a contar o que havia acontecido, que resultara naquele polpudo pagamento.

Tinha sido num dia normal de trabalho que ele fora para o centro da cidade cumprir seu expediente. Estava um pouco atrasado para os seus compromissos do dia, encontrando lotado o estacionamento onde sempre deixava seu carro. Por isso, estacionou um pouco mais distante que o normal, precisando caminhar uma quadra para chegar ao escritório.

Ao passar por uma lanchonete "drive thru" - aquela que ele já se habituara a comprar sanduíches sem precisar sair do carro, pensou que poderia comprar logo um sanduíche pois sabia que não haveria tempo para um almoço. Entretanto, esta lanchonete servia apenas clientes que chegassem em seus carros. Não havia um salão com mesas e cadeiras. Através de uma única janelinha um atendente anotava os pedidos e entregava os sanduíches e refrigerantes.

Não havia nenhum cliente sendo atendido na hora que Sean parou em frente à lanchonete. Ele foi até a janelinha do atendimento e pediu um cheeseburger e um refrigerante. O atendente olhou pra ele com uma ponta de despreso e perguntou: "Onde está o seu carro?" Sean achou graça da pergunta e disse que o carro estava estacionado. Fechando levemente os olhos e levantando o nariz, o atendente continuou: "Aqui só servimos pessoas que chegam de carro". Sean não conseguia acreditar no que estava ouvindo. "Mas eu tenho carro! Está bem ali! Daqui dá pra ver!".

O atendente parecia irredutível: "Lamento, senhor, mas sem carro, não tem sanduíche." Sean começou a perder a paciência: "Quem vai comer? Eu ou o carro?" O atendente não se convenceu: "Eu já lhe expliquei, senhor. Quer que eu repita?" Sean parecia inconformado: "Mas o que é que custa o senhor me vender um sanduíche? Não há nem cliente aqui! O único sou eu!" E o atendente fechou novamente os olhos para responder: "São as regras da casa, senhor."

Sean estava ficando bastante irritado com a inflexibilidade do atendente. Pediu pela última vez: "Por favor... me faça... um... sanduíche!!!" O atendente, por sua vez, também finalizou a negativa: "Sinto muito, mas eu não posso serví-lo!" e se retirou.

Sean ficou sozinho em frente da janela. De onde ele estava podia ver a bancada de alumínio com os sanduíches semi-prontos. Num balcão mais atrás, um funcionário conversava com outro. Ir até o estacionamento e tirar o carro da vaga estava fora de cogitação! "Vou comer este sanduíche nem que eu tenha que..."

Num impulso, Sean transformou seu pensamento em ação. Como um verdadeiro agente 007, pulou a terrível janelinha de atendimento e entrou na cozinha da lanchonete. Os dois funcionários que conversavam correram para dentro do estabelecimento para chamar o atendente. Como se estivesse na própria casa, Sean pegou o maior pão que encontrou, colocou a carne de hamburger na chapa quente, o queijo, pegou uma lata de refrigerante da geladeira, e esperou o sanduíche ficar pronto.

Cheeseburger

Enquanto Sean comia o sanduíche sentado numa pilha de caixas de refrigerante, o atendente telefonava para a polícia. Os outros funcionários se aglomeraram na porta para ver o invasor. Terminada a refeição, Sean tirou dinheiro da carteira e deixou sobre a bancada. Pulou a janelinha e saiu do prédio.

Ao chegar na beirada da calçada, os policiais estavam chegando e Sean foi preso. Os 10 mil dólares foi quanto ele pagou ao advogado para defendê-lo.

6 comentários:

  1. João Poeta
    19 de novembro de 2009 às 13:09

    Isto acontece quando nós temos aquele minutinho de bobeira em nossas vidas... Sean pagou bem caro por este minuto!
    Adorei!
    João

  1. Serenissima
    19 de novembro de 2009 às 13:50

    Não sei se uma queixa na defesa do consumidor não teriam esses dolares mudado de lado... rs

    Vai entender... ;-)

    Abraços

  1. Janaina e Alexandre
    19 de novembro de 2009 às 14:03

    Ô minutinho de bobeira caro hein!
    e que bobeira!!!

  1. Luísa
    19 de novembro de 2009 às 14:26

    Fabulosa sanduíche! Adorei. Estou a imaginar a cena toda com a gentileza e fleuma do Sean Connery, nos seus tempos áureos de agente secreto! ahahahahha

    Beijos
    Luísa

  1. LISON
    19 de novembro de 2009 às 23:06

    Saudações!
    Amiga Leila,
    É uma situação muito delicada!
    Talvez só saiba quem está passando, ou passou pelo vexame e a humilhação. Acho que mos meus 6 minutos diário de bobagem, seria o sério candidato a pagar a astronômica quantia de Us10. mil dólares.
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

  1. Unknown
    20 de novembro de 2009 às 13:54

    Bem. se isto tivesse acontecido no Brasil, o nosso amigo não precisaria fazer isto, era mais facil se dirigir a um carrinho de cachorro quente ....

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