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O melhor da minha vida

quinta-feira, 20 de maio de 2010 by Leila Franca

Antes de morrer meu pai me falou que a melhor coisa que aconteceu em sua vida foi conhecer minha mãe. Eu entendo isso porque foi a parceria dos dois como casal que os permitiu realizar todos os seus sonhos.


De vez em quando me pego pensando nisso. O que terá sido a melhor coisa que aconteceu na minha vida? Acho que foi o Escotismo. O movimento bandeirante foi fundamental para que eu me definisse como pessoa.

Scouts Celebrate 100th Anniversary Of First Camp

A promessa que fazemos ao entrar para o grupo escoteiro ou bandeirante, inclui a expressão "Sempre alerta", que é muito importante no decorrer da vida. Se estivermos alertas não perderemos oportunidades, não nos deixamos enganar, percebemos quando alguém não está bem, sentimos a aproximação do perigo, observamos as mudanças etc.

Os valores presentes nesse movimento formam as leis bandeirantes. No dia da promessa, cada bandeirante escolhe uma das leis para se dedicar mais durante a vida. Eu escolhi uma lei que dizia "A bandeirante é econômica". A partir daí, a economia haveria de ser meu ponto forte. Não preciso dizer o quanto foi importante ter escolhido essa lei.

Os acampamentos, os amigos, o companheirismo também me ensinaram muito. Os amigos que fiz neste período continuaram sendo amigos por muitos anos e ainda estão em contato até hoje. Nos acampamentos a gente aprende a admirar a vida simples.

Wet Shoes

Deixamos de lado o que costumamos chamar de "frescura". Dormimos no chão, montamos mesas e outras pequenas peças com bambú e galhos secos, armamos fogueiras e aprendemos cuidar da natureza. No final, descobrimos que é preciso bem pouco para se sentir bem e ser feliz.

O respeito pelas chefes, a hierarquia no grupo, as brincadeiras e competições. Todas essas coisas vão nos acrescentando valores muito positivos. Eu era monitora da minha patrulha: a patrulha Romã. Hasteávamos a bandeira, cantávamos juntas, ganhávamos medalhas e uma estrelinha por ano no grupo. Meu uniforme era desbotado como jeans de tanto lavar, tinha um bom número de medalhinhas penduradas no peito e um cinto que tinha corda, canivete e outras utilidades.

Boy Scouts Plant Flags At Cemetery For Memorial Day

Também participávamos de atividades voluntárias com prazer. Íamos em áreas carentes ajudar, vendíamos biscoitos para que o dinheiro fosse empregado em orfanatos e hospitais. Fiquei emocionada quando uma vez vi bandeirantes americanas vendendo biscoitos no metrô de Boston. Bandeirante em qualquer lugar do mundo é igual e faz a mesma coisa.

The New Lord Mayor Of London Participates In The Annual Parade

Tínhamos também encontros com grupos de outros estados e até de outros países. Nesses encontros trocávamos presentes. Pequenas coisas, muito parecido com os jogadores de futebol quando trocam as camisas no final da partida. Trocávamos lenços e outras peças do uniforme.

Hoje em dia é difícil ver bandeirantes e escoteiros pelas ruas. Eles ainda existem, mas não se vê mais como antigamente. É uma pena, pois é um movimento que pode ajudar muito a formação de uma pessoa. O que aprendi como bandeirante foi muito importante em minha vida. Meu gosto pelas viagens e aventuras, minha simplicidade, minha maneira de lidar com o dinheiro, meu cuidado com a natureza e os animais, minha maneira de olhar o próximo como igual, vem tudo daí.

15 comentários:

  1. Geraldo Voltz Laps
    20 de maio de 2010 às 21:49

    Olá Leila,

    Acho que o melhor da minha vida, foi receber a instrução correta já lá no primário, condizendo com minhas origens familiares.

    Combinou minha formação familiar + formação escolar e isto me deu o melhor da vida para aprender : honestidade, lealdade e fidelidade..

    Abraço

  1. Mr.Diego (Orion)
    20 de maio de 2010 às 22:33

    Opa Leila, eu fiquei pouco tempo servindo cmo escoteiro (lobinhos).
    Fui expulso, vivia aprontando. ahhha
    os instrutores ficavam de cabelo em pé.
    adorei.
    Ah, o MOrretes ae do seu feedjeet sou eu, comi BARREADO aqui. delicia.
    E sabe onde to agora? na parte mais gostosa da fazenda. NA COZINHA, onde tem um enorme fogao a lenha, ta bem quentinho aqui.
    bjs

  1. Valéria Braz
    20 de maio de 2010 às 22:59

    OI Leila.... eu fui escoteira na infância... e aprendi muito também, coisas que trago até hoje!
    E você tem razão...se vê muito poucos escoteiros e banceirantes nas ruas hoje em dia.
    Beijo no coração

  1. Eduardo Montanari
    20 de maio de 2010 às 23:06

    Eu tenho 34 anos e durante a minha vida toda vi pouquíssimos escoteiros. Meu primo foi um, mas eu nunca me liguei muito nisso. Mas me lembro que ele gostava muito. Cheguei a ir até numa festa deles, achei bem bacana.

  1. Mari Costa
    20 de maio de 2010 às 23:27

    Oi Leila

    Nossa que legal saber que você foi escoteira, sempre tinha muita vontade, via nos filmes e cada vez mais queria ser escoteira, mas infelizmente aqui na minha cidade, nunca descobrir um grupo de escoteiros.Só ficou no sonho mesmo.Com certeza você deve ter sido de grande aprendizado essa fase e que no grupo se preza muito os valores e trabalho em equipe.
    Bjs no coração

  1. Leila Franca
    20 de maio de 2010 às 23:50

    Oi Eduardo,

    É um movimento muito positivo e as amizades que se fazem lá são diferentes. É como uma fraternidade.

  1. BLOGZOOM
    20 de maio de 2010 às 23:59

    Eu sempre gostei de ler ou assistir historias sobre escoteiros, creio que é uma experiencia de vida muito boa. Gostei muito de seu texto. Fiquei pensando no que eu considerava bom na minha vida. E tem tantas coisas... que bom que não é tão simples assim, tenho o que lembrar.

  1. BiscuitVeraMiniaturas
    21 de maio de 2010 às 01:57

    Leila e Valéria!! Não acredito! Temos mais uma coisa em comum...Eu fui a primeira chefe de "escoteiras" da primeira patrulha de escoteiras do Gurpo Abaeté, de São Paulo.
    Foi muito legal. Nossa patrulha não tinha quase nada, mas aos poucos foi ganhando premios por ganhar os concursos de músicas escoteiras, nos encontros de grupos do distrito. E, com campanhas para arrecadar jornais, ganhamos dinheiro também para comprar outras coisas... os meninos começaram a respeitar as escoteiras e foi muito bom. Era uma graça ver como no início eles olhavam pra elas, com um ar de superioridade e logo, logo, se tornaram admiradores e se ofereciam para ajudar ou melhor, participar.
    Você me fez lembrar alegres momentos.
    Beijo,Vera.

  1. Anônimo
    21 de maio de 2010 às 09:13

    Interessante como nós absorvemos, ao longo da vida, tudo o que aprendemos na infância. Também fui bandeirante e, como você, tenho lembranças ótimas.

    Beijocas

  1. Jackie Freitas
    21 de maio de 2010 às 10:03

    Oi Leila querida!
    Eu nunca fui escoteira e nem tive acesso. Mas, de qualquer forma, os mesmos valores que você pode aprender lá, aprendi com um sábio e querido tio (ex militar) que me ensinou muito sobre disciplina, respeito ao próximo, cuidados com a natureza e acima de tudo respeito pela VIDA! Esse tio (irmão do meu pai) era como um pai para mim. Todas as dificuldades que eu tinha era ele quem me esclarecia e me ajudava. Antes de morrer esse meu tio me avisou, acredita? Quando meu pai me ligou dizendo que ele acabara de falecer eu já sabia. Aliás, atendi o telefone dizendo: "Eu sei pai! Ele me avisou!". E foi uma despedida(?) onde em seu olhar pude entender a mensagem para que eu continuasse com todos os ensinamentos que ele me deu. Principalmente o amor pela vida!
    Um grande e carinhoso beijo, amiga! Como sempre, seus posts me remetem a lembranças maravilhosas de minha infância!
    Jackie

  1. Roniel A. Julio
    21 de maio de 2010 às 11:44

    Amiga Leila, vejo que teve uma infância muito agradável. A prática do escotismo deveria ser mais incentivada. Coloquei meu filho para fazer escotismo, e ele participou durante 1 ano, mas depois saiu para participar de jogos escolares. Uma vida e uma infância saudável é sempre memorável. Abraços. Roniel.

  1. Rumquatronove
    21 de maio de 2010 às 13:59

    Que bom saber disso,Leila,que vc foi uma bandeirante... Que foi não,
    que é ainda... Ontem,li aquele texto "Sobrevivi",e ali, naquela situação,com certeza vc usou alguns conhecimentos que aprendeu...
    Quem dera se o escotismo fizesse parte da educação de toda criança ou adolescênte!O mundo seria outro... Um grande abraço.

  1. menta
    21 de maio de 2010 às 15:27

    Oi Leila,
    De vez em quando precisamos parar e pensar,para saber Qual foi a melhor coisa da minha vida?As vezes para algumas pessoasé um pouco difícil saber pois,tem sofrido tantas decepções.
    Um grande abraço

  1. Marianne
    21 de maio de 2010 às 21:22

    Leila!

    Eu fui bandeirante! o/

    Ainda sou, para falar a verdade. AHUAHUIAHHAHAIAHUIAHu
    Ainda existimos, mas o 'movimento' embora seja razoável, não é o suficiente para suprir aquela de antigamente.
    Em outros países, a presença ainda é muito forte e incentivada. Hoje em dia, não faço idéia, isso diminuiu aqui no Brasil.

    Meu juramento não foi ser econômica, mas ter paciência. Comigo e com os outros. Eu sou muito imediatista e isso tem me ajudado MUITO.

    Passei a ter um amor incondicional pela natureza e um sentimento forte de 'irmandade' com qualquer pessoa.
    Ajuda mútua, entende? É tão gostoso.

    Achei uma bandeirante na Blogosfera! \o/

    Abraços,
    Mari.

  1. Darcy Mendes
    7 de junho de 2010 às 08:51

    Salve, salve Baden-Powell!!! Pena que hoje esse movimento está capengando. Em minha cidade tem dois grupos de escotismo. Minha filha fez parte de um deles.
    Eu nasci e cresci no sítio então acabei aprendendo a me virar na raça mesmo. Com seis para sete anos já me embrenhava na mata (pensava que era caçador) de manhã e só voltava na hora do almoço . Era outra vida!!!

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