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O assalto lá em casa

quarta-feira, 5 de maio de 2010 by Leila Franca


Nunca escrevi sobre o assalto que houve na minha casa porque não gosto de escrever sobre coisa ruim, mas é interessante que até mesmo num acontecimento desse tipo podemos extrair alguns detalhes curiosos, que nos fazem rir depois.

Pra começar, eu havia passado o dia inteiro na piscina; eram umas 8 horas da noite e eu ainda estava vestida num biquini sentada na sala vendo o Jornal Nacional quando tudo começou.

Sabe quando a gente está prestando atenção na televisão, alguém fala conosco e a gente ouve mas não ouve? Pois é. Foi assim. Os dois assaltantes vieram por trás de mim, já no meio da sala de estar, e anunciaram o assalto. Eu, concentrada na tv e sem olhar pra trás, disse:

"Espera um instantinho!"

Os assaltantes deram um passo atrás, outro a frente e começaram tudo de novo: "É um assalto!" Dessa vez, não só ouvi como também vi o cano da arma perto do meu olho esquerdo. Minha mãe e meu filho também estavam na sala, em outro sofá, e nós três fomos levados para um dos quartos.

Um dos assaltantes ficou nos rendendo no quarto enquanto o outro fazia a "limpa" na casa. Estavam fazendo a "mudança"! Por fim, nos levaram mais para o fundo da casa e nos prenderam no quarto de empregada. Eu, minha mãe e meu filho ficamos lá quietos, sem falar nada.

Mas não deu 2 minutos e eles estavam de volta! Não tinham conseguido tirar meu carro da vaga!!! Bem que meu pai já havia dito antes: tem muito homem que não consegue botar o carro nessa vaga. E não deu outra!

O problema é que a garagem é cheia de tralha e ficava muito apertado. Houve até uma vez que fui trabalhar com uma cadeirinha de praia enganchada na traseira do carro! Pra piorar, a porta estava emperrada. Não abria de jeito nenhum. Então eu tinha que entrar pela porta do lado e colocar o carro em frente da porta emperrada, pois o meu pai, que saía mais que eu, colocava o carro dele na primeira vaga, onde a porta abria.


Pela foto dá pra ver. A porta da garagem mais junto do portão de entrada, era a única que abria e o meu carro ficava na vaga ao lado, em frente da segunda porta de garagem, que não abria.

Meu filho e minha mãe ficaram trancados no quarto de empregada e eu desci as escadas com os dois bandidos atrás de mim. Manobrei, coloquei o carro na posição de saída e abri a porta da garagem. Em seguida voltamos tudo e os dois me prenderam de novo no quarto de empregada. Depois que trancaram a porta, ousei gritar lá de dentro:

"Coloca a chave em cima da mesa, por favor!!!"

Ficamos em silêncio enquanto os homens iam embora. Passou-se menos de um minuto e surpresa! A campainha tocou!!! Nós sabíamos que era o meu pai, pois estava na hora dele chegar. Ele sempre tocava a campainha pra avisar que estava chegando, pois se precisássemos de alguma coisa da rua, ele já estaria lá embaixo e poderia sair de novo. Mas não havia dado tempo dos assaltantes terem ido embora....

Ouvimos 2 tiros. Depois mais um. Esse foi o momento pior. Presos naquele quarto, não sabíamos o que estava acontecendo. Mas pouco depois ouvimos vozes. Eram 2 policiais - meus vizinhos! - e meu pai!

Só então fui saber o que tinha acontecido. Meu pai tocou a campainha, mas estranhou ver meu carro na vaga dele e a porta da garagem aberta. Estava olhando pra dentro do carro, onde estavam nossas coisas de valor, quando os bandidos apareceram! Em vez de se render, meu pai correu pra se esconder atrás do carro dele. Foi aí que os bandidos atiraram duas vezes e erraram!

Os bandidos pegaram meu carro e fugiram rua abaixo, mas todo o ruído chamou a atenção dos vizinhos - pai e filho - policiais! Eles ainda viram os bandidos passando com o meu carro e atiraram também, mas os bandidos fugiram.

Pouco depois o carro da polícia estava na minha porta. Me perguntaram se eu queria ir junto atrás dos bandidos, pois eu poderia reconhecê-los. Fui.

Depois de um certo tempo, começamos a circular por um lugar esquisito. O policial falou: "Se a gente ver eles, vamos ter que te deixar na rua, pois pode ser perigoso."

oh-oh... foi aí que eu fui lembrar que ainda estava descalça e de biquini...

11 comentários:

  1. Dieguito
    5 de maio de 2010 às 18:46

    ahahaha Leila, eu lendo atentamente pra ver no final que a senhorita estava muito a vontade de biquini?
    ahhhhhhhhhh
    e o desfecho?
    pegaram os bandidos?
    e o carro?

  1. Mirian cavalcanti prado
    5 de maio de 2010 às 19:30

    Ô REFÉNZINHA DESAFORADA! Vc arriscou de mandar o gatuno deixar as chaves; não sei como ele não cismou.Da próxima vez,fique mais humilde com seus ladravões.

  1. J.R. Fernandez
    5 de maio de 2010 às 19:35

    Olá Leila!
    Certa vez tinha contado perte desta história... mas ouvindo tudo... Que sufoco heim amiga?
    Mas o detalhe de mandar os bandidos esperar foi mesmo um fato engraçado... :-) rsrs
    Imagino o momento que ouviram os tiros presos no quarto.
    Mas o bom é que ninguém se machucou, mesmo que o susto tenha sido grande.
    Beijos, Fernandez.

  1. Jackie Freitas
    5 de maio de 2010 às 20:34

    Amiga!!! Seria mesmo cômico se não fosse trágico, hein? Bandidinhos folgados, né? Mas, o importante é que você e a sua família ficaram salvos e intactos! Não há bem maior do que a nossa vida.
    Beijos,
    Jackie

  1. Consultor Previdenciário
    5 de maio de 2010 às 20:59

    Deve ser terrível ficar sob a ameaça de bandidos. Ainda bem que tudo correu bem, pois o mais importante é a nossa vida.

    VivercomSaúde

  1. ismaelita
    5 de maio de 2010 às 21:06

    NOSSA ,QUE EXPERIENCIA TRAUMÁTICA AMIGA..DEUS NOS PROTEJA,BJOO A PAZ

  1. Mari Costa
    5 de maio de 2010 às 22:54

    Amiga Leila

    Nossa seria comico se nao fosse tragico, ficar refem de assaltantes ninguem merece, mas foi hilario no final saber que vc estava vestida como se fosse a praia.Mas o que importa é que todos ficaram bem e que nada aconteceu com voce e sua familia.
    bjs

  1. Anônimo
    6 de maio de 2010 às 11:43

    eheheheh

    Leila, com um susto desses como querias lembrar-te da vestimenta?
    Que situação terrível. Olha que o teu pai teve muita presença de espírito para ficar ali à espera, mesmo com a cobertura de um carro. Eu penso que em situações dessas o melhor mesmo é não oferecer resistência, tal como vocês fizeram.

    Adorei esta história!

    Beijos
    Luísa

  1. Darcy Mendes
    6 de maio de 2010 às 15:13

    Nunca passei por isso,mas deve ser uma situação bem complicada.

  1. Anônimo
    7 de maio de 2010 às 13:38

    Continuo achando a sua vida emocionante. Menina, você tem muita coisa para contar aos netos, não vão ficar nem um pouco entediados.

    Beijocas

  1. Anônimo
    13 de maio de 2010 às 10:14

    Nossa!! compreendo que nessas horas se esquece ate das roupas!!

    sandro!

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