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Vou aproveitar que estamos no final do mês para falar sobre dinheiro. Semana passada tive um daqueles momentos (que eu acho que acontece com todas as pessoas) em que paro para pensar sobre o que eu faria se não estivesse fazendo o que faço agora para ganhar dinheiro. Pensei então nas pessoas que estão atualmente desempregadas, as que procuram o primeiro emprego e as que precisam de um dinheiro extra no final do mês. Muitas se sentem imobilizadas diante dessas circunstâncias. Procuram anúncios de oferta de emprego, entregam currículos e se sentam perto do telefone semanas a fio. Isso pode acontecer com qualquer um, principalmente em tempos de crise.
Antigamente, quando não se falava em outra coisa a não ser numa crise, que parecia permanente no Brasil, tive um professor de Problemas Brasileiros na faculdade que dizia que não havia crise nenhuma, que se houvesse uma crise pra valer não haveriam carros circulando nas ruas porque faltaria dinheiro. Se as ruas estão cheias de automóveis, existem filas nos supermercados e os shoppings estão cheios de gente, então não há crise.
Mas a gente lê nos jornais sobre falências e demissões. Uma vez um amigo me falou que quando uma pessoa é demitida de seu emprego, ela deve entender este fato como uma oportunidade para tentar trabalhar por conta própria. Ao sair da empresa que lhe pagava as contas, o indivíduo estaria finalmente livre para explorar sua habilidade de ganhar dinheiro por si mesmo.
Há muitos anos atrás, quando eu tinha 18 anos, me vi completamente sem dinheiro. Era verão e eu estava acampando numa praia com um grupo de amigos. Enquanto estávamos nos divertindo no mar, um ladrão roubou tudo que tínhamos na barraca: dinheiro, comida e até nossas roupas. Ficamos descalços, de biquini, sunga, sem nada pra comer e sem um tostão naquele lugar longe de casa. Mas o ladrão não levou uma caixa de papelão onde havíamos guardado sementinhas e conchinhas de recordação. Nem as revistas que compramos para nos distrair, nem umas contas de bijuteria, fio de nylon e tesoura que minha amiga levou para passar o tempo.
Rapidamente nos reunimos em mutirão e fizemos vários colares e pulseiras com o papel das revistas, as sementes, conchas e contas (ainda vou criar um post ensinando a fazer este trabalho) e saímos para vender ali na praia mesmo, onde estávamos acampados. Vendemos tudo e naquele dia mesmo já tínhamos dinheiro para comprar um belo peixe para o almoço e esperar até que nossos pais pudessem nos buscar.
Adoro essas coisas feitas de repente. Essas atitudes tomadas num momento de crise são atos de fé em si mesmo. É aquela coisa de “tem que dar certo ou então estamos fritos!” Quando morava em Boston, nos Estados Unidos, eu estava no Harvard Square, quando vi uma mulher, aparentando ser uma dona de casa americana comum, parar na calçada, com uma mesinha e uma cadeirinha de praia. Ela colocou algum material de pintura na mesinha e ficou em pé segurando um cartaz de papelão, onde havia escrito à mão “Painting faces” (pinto rostos). Ela própria tinha um coraçãozinho azul pintado na bochecha.
Ela chegou de manhã e passou o dia inteiro em pé segurando o cartaz. A cadeira, que ela havia levado para que os clientes sentassem, ficou vazia o dia todo. Quem iria sentar ali e pagar para ela pintar um coração em seu rosto? Eu trabalhava na loja em frente e fiquei curiosa para o que iria acontecer. Meus colegas de trabalho também notaram a presença da mulher, inclusive um deles já nervoso, falou que se ninguém sentasse na cadeirinha ele próprio sentaria lá no final do expediente e teria sua face pintada só para que a mulher tivesse um cliente.
Mas não foi necessário. Quando saí do trabalho naquele dia, a mulher estava pintando um coração na face de um cliente e ainda havia outros dois esperando! Que felicidade eu senti! A mulher havia escolhido fazer a coisa mais improvável do mundo para ganhar dinheiro e ainda assim conseguiu.
Uma vez também vi um garoto de uns 12 ou 13 anos, todo arrumadinho, vestido com boas roupas, em pé numa rua movimentada, segurando uma bicicleta novinha com um cartaz onde havia escrito “US$ 100”. Pela aparência do garoto, ele não estava ali por necessidade e poderia até conseguir os $100 se pedisse aos pais, mas ainda assim ele queria vender a bicicleta. A gente vê essas coisas nos Estados Unidos.
Não ter vergonha de se expor faz parte do esquema. Muitas vezes ficamos presos à imagem que cultuamos de nós mesmos, ao status. Temos medo da rejeição e da opinião dos outros. O negócio é largar isso tudo pra lá e ir à luta.
O improvável acontece. Querendo me livrar de tralha na minha casa, coloquei vários móveis usados mas em bom estado à venda, inclusive um armário de banheiro quebrado e bastante usado. Até pensei que seria melhor colocá-lo no lixo, em vez de juntá-lo às outras coisas que queria vender. Depois de uma semana, a única coisa que consegui vender foi o armário de banheiro! Achei até engraçado que aquilo tivesse acontecido. Realmente, sempre tem alguém querendo comprar o que queremos vender.
Mas voltando ao assunto do início do post, eu estava aqui tentando imaginar o que faria se não tivesse o emprego que tenho hoje. Pensei em várias possibilidades e até senti uma pontinha de medo. Fui dar uma olhada no blog de Brian Tracy, cujos livros gosto de ler, e li o artigo "The Butterfly Effect", onde ele fala sobre aquelas pessoas que encontramos na vida que de alguma forma contribuem para mudar o rumo do nosso pensamento.
Por coincidência, horas depois, encontrei um amigo de faculdade que não via há anos. Naquele tempo, eu me lembro que ele sempre levava roupas na mochila para vender para os colegas de turma. Ele não perdia uma oportunidade. Num momento da conversa, ele falou “O dinheiro está em toda parte!” Sim, é através dessas lentes que devemos ver o mundo e foi esse o encontro que acalmou minha alma naquele dia.
"O que é isso que estou lendo?!" - esta foi a minha reação ontem à tarde quando li a notícia da morte de Michael Jackson. Parecia irreal. O Michael Jackson sempre esteve lá, com sua música e passos de dança, desde que eu era uma garotinha. Como assim, “no more”?
Eu já estava triste com a morte de Farrah Fawcett, depois de sua luta contra uma doença implacável, saber da morte de Michael Jackson soou como se tratasse de uma brincadeira de mau gosto. Fui procurar por mais notícias na internet, mas meus sites de notícia favoritos não abriam. Estavam congestionados. Fui para o Twitter e fiquei impressionada como todos os trending topics eram sobre Michael Jacson. Em RIP Michael Jackson, apareciam 8 mil, 5 mil novas mensagens a cada poucos segundos. Foi assombroso! Hoje li na CNN que seu site de notícias recebeu 20 milhões de visitas em 1 hora, após a notícia da morte do pop star. Foi impressionante como uma pessoa, apenas uma pessoa, foi capaz de mobilizar tantos sites importantes.
Não deve ter sido fácil ser Michael Jackson. Desde a primeira infância sob a mira das luzes e das câmeras. Um sucesso estrondoso desde que era um gurizinho que quando cantava dava aqueles agudos que ninguém conseguia fazer igual. Ele criou algo novo, que os que vieram depois copiaram. Deixou símbolos, assim como Chaplin, com sua bengala, andar e cartola, Michael Jackson tinha uma luva brilhante, um óculos escuros, uma farda, um chapéu inclinado e um passo – moonlight.
Só a gente, que viveu nesse tempo, poderá dizer como foi acompanhar as mudanças que ele próprio criou em sua aparência ao longo dos anos. Parecia um filme de terror. Ele era tão bonitinho quando criança e depois adolescente, na época do Jackson 5, com aquele cabelinho black power. O que o fez pensar que não era? Cismou com o nariz, tanto fez até ficar quase sem ele. Tudo bem que quisesse mudar o nariz, tanta gente muda. Seu visual em Billy Jean e em Triller já estava ótimo, mas ele exagerou. Como e por que Michael Jackson ficou branco, só Deus sabe. Seu aspecto, diz quem chegou perto, era de uma criatura frágil.
Como se não bastasse, vieram os escândalos e os tribunais. Sempre preferi acreditar que Michael procurava as crianças porque eram as únicas que ele tinha certeza que eram sinceras. Talvez tentasse também recriar sua infância perdida.
Hoje é impossível pensar em outra coisa senão Michael Jackson. Sua morte é comparável a de Elvis Presley, Jin Morrison, John Lennon, John Kennedy, apesar dele ter sido único.
Quando soube de sua apresentação em Londres, fiquei na esperança que ele fizesse como Madonna, que passou pelo Rio, em sua turnê dos 50 anos. Mas parece que a mesma nave espacial que deixou Michael Jackson neste planeta veio buscá-lo rapidamente. E ele se foi como um passarinho que pousou aqui, cantou e voou, desaparecendo no espaço.
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O que fazer com as pessoas difíceis de lidar? Aquelas que nos fazem tomar cuidado quando precisamos falar com elas. As que não têm empatia alguma, que são incapazes de pensar nos outros, que não conseguem sentir qualquer sentimento.
A Isabela não é muito de comer comida. Ela só quer saber de docinhos e biscoitos. Quando chega a hora do almoço ou jantar, a gente só falta chorar pra fazer ela comer alguma coisa. Se a comida está quente, ela não quer comer porque está quente, se esperamos esfriar, ela não quer porque está fria. A verdade é que ela sempre arranja uma desculpa pra não comer.
Há pouco tempo atrás, Isabela foi a um churrasco. Chegando lá, o dono da casa perguntou:
“Isabela, quer uma carninha?” E a Isabela respondeu:
“Não, obrigada. Já comi ontem...”
David Carradine era meu ídolo da adolescência devido à série “Kung Fu”, que passava na televisão na década de 70. Eu não perdia um episódio. Ele interpretava um monge Shaolin que atravessava o Velho Oeste americano. Em todo episódio havia uma demonstração da luta, como também cenas que mostravam sua infância, quando era chamado pelo apelido “Gafanhoto”. Eu adorava as cenas à luz de vela, os diálogos, a calma e a paz que o personagem transmitia. Todo episódio trazia uma mensagem filosófica, um significado, coisa que falta em muitos filmes de hoje.
David Carradine trabalhou em muitos outros filmes, que eu procurava assistir só para vê-lo atuar, mas “Kung Fu” sempre foi meu preferido. Passei a admirar não somente o ator, como também as artes marciais. “O Ovo da Serpente”, “Kill Bill” e mais de 100 outros filmes contaram com a participação de David Carradine. Além de ator, ele também gostava de pintar e esculpir, tocar guitarra e compor.
Essa semana, no dia 4 de junho, ele foi encontrado morto num quarto de hotel, aos 72 anos. Morreu de forma inusitada e misteriosa. Espero que a polícia consiga descobrir como aconteceu.
“Gafanhoto”, sua missão foi cumprida. Descanse em paz...
O desaparecimento do voo 447 da Air France me deixou tão triste e impressionada, que desde que soube do acontecido não parei mais de pensar nas pessoas que estavam naquele avião.Eu não tenho nenhum parente, amigo ou conhecido que estivesse lá, mas sinto como se tivesse. Na realidade, a única proximidade que tive com aquelas pessoas vem do fato de que moro no bairro onde há o aeroporto de onde este voo partiu.
O mundo inteiro ficou chocado, traumatizado. Em todos os jornais, as manchetes se multiplicaram. Foram pesquisas, mapas, históricos, opinião de especialistas e milhares de cartas de leitores. Há dois dias atrás o avião da Air France era o segundo assunto mais comentado no Twitter.
Realmente, é difícil imaginar como um avião enorme, com 60 metros de comprimento, transportando 228 pessoas e suas bagagens, tenha simplesmente desaparecido. E que tenha sido tão repentino ao ponto de não haver nenhuma comunicação por parte do piloto.
Eu me recusei a acreditar. Na minha imaginação, o piloto teria conseguido realizar um pouso de emergência em algum lugar e logo todos seriam encontrados. Mas a medida que os dias foram passando, minha esperança foi diminuindo. Não imaginava mais um pouso forçado no meio da selva. Passei a visualizar pessoas vestidas em coletes salva-vidas fazendo sinal para os aviões. Afinal, ninguém sabe de que altura o avião caiu.
Mas quando começaram a falar em destroços e procura de corpos fui parando de pensar na cena de resgate. Aí doeu. É provável que não saibamos nunca a dimensão do horror pelo qual aquelas pessoas passaram. As que tinham crianças consigo sofreram ainda mais.
Essa noite vou rezar mais uma vez por estas pessoas que se foram de uma forma tão trágica e pelos seus familiares. Que encontrem conforto em seus corações.
No último fim de semana recebi um hóspede na minha casa: este lindo gatinho, que foi encontrado pelo meu filho em Vista Alegre, Rio de Janeiro. Ele foi abandonado sozinho. Quem teria coragem de abandonar esta coisinha linda, com uns 2 meses de vida, pequenininho e tão bem comportado? Meu filho foi viajar no sábado passado, deixou o gatinho aqui e veio buscar no domingo à noite.
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