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Hoje é sexta-feira, 13!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009 by Leila Franca


Por mais que não sejamos supersticiosos, sempre notamos quando o dia 13 cai numa sexta-feira. É dia de azar! Todos sabem disso, não tem jeito. Aprendemos desde muito cedo esta história. Não sabemos nem quando.

Muitas superstições e crendices nos cercam e eu fico pasma quando vejo que muitas pessoas levam a coisa a sério. Tive uma vizinha que saía correndo pra minha casa toda vez que sentia o cheiro de arroz queimando (que era muito frequente, já que aprendi a cozinhar no tapa). Ela vinha correndo cozinha adentro e rápidamente pegava uma colherada do arroz fumegante, colocava em cima da pia, enchia uma vasilha com água e colocava em cima daquele punhado de arroz. "Pronto! Agora o arroz (da panela) não vai mais ficar com gosto de queimado!" Eu ficava quieta, muito séria e não dizia nada!

E o constrangimento, se chega uma visita e ela vê aquela vassoura que você por acaso esqueceu atrás da porta? Não é muito fácil lidar com pessoas superticiosas. Acreditam naquela história e ponto final. Mas será que nós, esclarecidos, não temos nenhuma superstiçãozinha guardada bem lá no fundo? Já bateu na madeira 3 vezes? Entrou em avião com o pé direito? Evitou passar por baixo de uma escada? Desvirou um chinelo senão a mãe morre? Tirou o pé da frente da vassoura senão não casa?

Vinyl Ready Art - Holidays

Antigamente as garotas apertavam o próprio queixo pra saber se seriam mães de um menino ou menina. Se a gestante tiver a barriga pontuda é menino, redonda é menina! E se der uma coceira na mão, alguém logo diz que iremos ganhar algum dinheiro. De fato, duvido que alguém veja uma estrela cadente sem fazer um pedido. Sim, algumas superstições são alegres, para o bem. Outras tentam impedir algo que nos aborrece. Ora, diante de um soluço persistente, quem ainda não se sentiu tentado a colar um papelzinho na testa?

Nossa sorte ou azar pode estar na quebra de um ossinho da galinha. No amor, nosso destino pode estar marcado nas pétalas de uma margarida ou no buquê que a noiva joga para as amigas ou na chuva de grãos de arroz. Para garantir o ponto, o jogador beija a bola antes da jogada.

Couple Pulling Wishbone

Algumas superstições servem apenas de alerta. Se por equívoco chamo uma pessoa conhecida com o nome de outra, isso significa que aquela outra está pensando em mim. Se sinto as orelhas quentes, então em algum lugar do planeta estão falando ao meu respeito. O negócio é telepático.

Algumas superstições, entretanto, têm um peso maior. Quebrar um espelho garante 7 anos de azar. E se a cozinheira por descuido virar sal na mesa boa coisa não irá ocorrer. Também acontece da superstição vir em forma de regra: todo mundo sabe que se deve evitar abrir guarda-chuva dentro de casa a qualquer custo.

Thinkstock Single Image Set

Temos símbolos de sorte e azar: o raminho de arruda, o sal grosso, o copo dágua, a vela acesa, o gato preto, a ferradura, os dedos cruzados nas costas, o trevo de quatro folhas, o número 13, o 7, o mês de agosto, a estátua do buda, do elefante, do sapinho, do duende... Estamos cercados de superstições!

Penso que tudo isso visa combater o medo do desconhecido. É o terror do homem antigo que sobreviveu até os dias de hoje. Eram alertas, cuidados, presságios, soluções para seus problemas fundamentais. Para o medo do homem moderno, a coisa não parece ser assim tão simples. Não há amuleto que afaste nossos terrores mais profundos. Para evitar a destruição do planeta não existe superstição.


4 comentários:

  1. Júlio [Ebrael]
    14 de novembro de 2009 às 02:31

    Bem, não sou supersticioso mesmo, mas sinto que coisas estranhas acontecem depois de certos eventos. por exemplo, não gostaria de encontrar uma coruja e ela piasse forte pra mim. Não gosto, e não sinto coisas boas. Mas gato preto?? Tive um casal de gatos pretos, lindos!! E nunca sequer me arranharam!!

    BJs Leila!!

  1. Claudinha
    14 de novembro de 2009 às 10:50

    Ih!
    Tem tanta coisa que a gente faz por hábito! O desvirar o chinelo, por exemplo. Nem sei porque desviro, mas desviro! Deve ser TOC! Rsrsrs!
    Coceira na palma da mão, bater na madeira...É automático. Quando vi,já fiz!
    Bjs!

  1. RobMaia
    14 de novembro de 2009 às 13:58

    Leila, primeiro quero parabenizá-la por textos tão bem escritos. Neles não faltam ou sobram uma vírgula. Perfeitos. A leitura corre suave. Já quanto ao tema, realmente não tenho nenhuma dessas superstições. E, quando criança, sentia vergonha se algum parente fazia algo assim. Nunca vi sentido lógico nessas coisas. Acho que tudo isso vem do tempo em que, não podendo explicar os eventos pelo prisma lógico, as pessoas inventavam explicações absurdas para os fatos. Mas adorei a leitura. Valeu mesmo. Beijos.

  1. Anônimo
    15 de novembro de 2009 às 15:16

    Leila,
    Estou a pôr a minha leitura em dia!
    Que texto excelente. Adorei ler. Olha eu não sou supersticiosa, digo eu! Porque, mesmo sem acreditar nessas teorias pouco lógicas, eu tenho alguns hábitos, que penso serem hereditários.
    - Não gosto de entornar sal. Sempre que fico com ele colado aos dedos, por exemplo, passo as mãos por agua rapidamente, não vá cair algum cristal no chão.
    - Não deixo tesouras abertas. Seja na cozinha ou tesouras comuns. Quando vejo alguma entreaberta, trato logo de fechá-la completamente. Claro que, para além da segurança associada ao gesto, também há uma grande dose de ter visto os meus avós, tias e até a minha mãe fazê-lo a acrescentar "dá azar"...
    eheheheheh

    Beijos
    Luísa

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