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Quando os mortos aparecem

segunda-feira, 2 de novembro de 2009 by Leila Franca


Já que hoje é dia de Finados, vou contar quatro casos que aconteceram comigo. Quero avisar que não sou uma pessoa religiosa, não frequento nenhuma igreja, não sou espírita nem participo de nenhuma organização ou seita. Além disso, não tenho costume de ler artigos de parapsicologia e tenho uma tendência de acreditar mais em livros do que em milagres. Mais eis que por 4 vezes tomei um susto daqueles. Vou lhes contar (em ordem cronológica, do mais antigo para o mais recente) e usarei nomes fictícios.

Olívia

Conheci Olívia quando ela era ainda uma menina e por um curto período de tempo nos divertimos muito juntas. Ela era muito levada e gostava de inventar brincadeiras e aventuras. O tempo passou e nos separamos. Uma noite, depois de quase duas décadas, fui a um bar e quando vi, a pessoa que estava ao meu lado era ela. Vestida de aeromoça, tinha a altivez de uma princesa. Ela estava muito bonita e a cobri de elogios. O sorriso simpático, os olhos verdes, os cachinhos louros eram os mesmos. Achei que aquela profissão tinha tudo a ver com ela. Com uma malinha na mão, ela estava a caminho de casa. Conversamos brevemente e nos despedimos.

Poucos dias depois, por coincidência, encontrei com uma pessoa que também conhecia Olívia e comentei do nosso encontro. Foi quando esta pessoa me falou, que no dia seguinte do meu encontro com Olívia ela havia morrido num assalto. Não preciso dizer que aquela notícia foi como um baque. Passei o dia triste e pensativa. Estava anoitecendo quando saí de casa para uma compra no bairro. As luzes da rua já estavam acesas, embora o céu ainda guardasse um pouco da claridade do dia. Conforme ia andando sozinha pela calçada, olhando para o chão, a noite ia caindo. De repente, passou um carro por mim e não sei porque eu olhei. No banco de trás do carro, uma pessoa virou a cabeça e olhou fixamente para mim, enquanto o carro se afastava. Senti um frio no peito quando vi que aquela pessoa que me olhava, sumindo na escuridão, tinha o rosto de Olívia.


Meu pai

Com este não irei usar um nome fictício pois me sinto a vontade para falar dele. No meu artigo anterior, já havia comentado sobre ele e as crianças. As crianças adoravam ele. Juntava a meninada toda da rua na minha porta. Quando fiquei adulta, passei a morar a um quarteirão de distância da casa dos meus pais e frequentemente encontrava meu pai caminhando pela rua principal, ou então eu o avistava em seu carro. Meu pai sempre usava bermudas, mesmo quando fazia frio. Neste caso, ele colocava um casaquinho leve por cima da camisa. A figura do meu pai vestido assim e com uma criança no colo ficou marcada na minha mente.

Uma vez, durante à noite, saí para comprar alguma coisa num mercadinho. Fazia poucos meses que meu pai, doente, havia morrido. Como sempre, lá ia eu andando pensativa, quando observei que a sombra de alguém que vinha caminhando em direção oposta crescia no asfalto da rua. Não olhei a pessoa, observei apenas sua sombra se aproximando. E esta sombra era como o negativo de uma foto, exatamente igual a sombra do meu pai, vestido com sua bermuda e casaquinho, com uma criança no colo. A semelhança era incrível! Novamente senti um frio no peito e um arrepio. A pessoa que formava aquela sombra era completamente diferente do meu pai, mas acredito que por um instante, um segundo, ele apareceu diante de mim.


João

Ele parecia um índio, com olhos puxados, cabelos muito lisos e pele morena. Foi um amigo de festas e badalações. Frequentávamos o mesmo "point" de jovens, uma esquina movimentada, onde ficávamos até altas horas da madrugada jogando conversa fora. Ríamos juntos e trocávamos confidências durante aquele tempo bom. Novamente o tempo passou, a idade veio e nunca mais eu o vi.

Fazia poucos dias que eu voltara de uma viagem. Depois de tanto tempo longe daqui, eu ia redescobrindo meus lugares favoritos e reencontrando pessoas conhecidas. Por isso, quando passei num ônibus, por aquela esquina movimentada, que já havia deixado de ser um local de encontro da garotada, olhei cada detalhe com atenção. Achei graça quando vi o João parado ali. Existem pessoas que insistem em continuar jovens, pensei.

Uma semana mais tarde, encontrei um outro amigo daquela fase de diversão. Tentávamos lembrar os velhos tempos, falávamos de um e de outro, o que aconteceu com cada um daquele grupo. Foi quando meu amigo falou que o João havia morrido um ano antes, de infarto. Eu retruquei: "Não é possível! Vi o João semana passada, no mesmo lugar de sempre!" Chequei com outras pessoas aquela notícia e era verdade. O que foi, então, que eu vi?


Mauro

Ele era um defensor da natureza. Naturalista, filósofo, músico e artista. Escolheu viver solitário, longe de quem gostava dele, mas perto daquilo que ele defendia: a floresta. De quando em quando eu sabia notícias dele, me visitou umas poucas vezes. Super inteligente, engenhoso e preocupado com a saúde. Era um vegan convicto. Fiquei profundamente triste quando soube de sua morte por telefone. E lá fui eu, em viagem, rumo a floresta ficar pela última vez próxima ao seu corpo. Hare Chrisnas fizeram a extrema unção. Em tudo ele era diferente.

Pouco depois de sua morte, eu estava descendo uma passarela num lugar movimentado. Haviam pessoas paradas esperando um sinal abrir, outras se juntavam numa fila que ia do lado de fora de um banco. Uma barraquinha com água de coco, um ponto de ônibus, uma loja de departamentos, uma lanchonete, uma centena de pessoas circulavam naquele espaço e eu descendo rápido a passarela, ainda com a visão daquele conjunto. Sabe quando a gente sente que alguém nos olha e olhamos também? Pois foi assim, senti aquele olhar como uma flecha me alcançando e vi, assustada, aquele rosto que espiava por trás de uma coluna do banco. Era o rosto do Mauro! Gelei por dentro. Olhei de novo e sumiu. Andei mais rápido para verificar. Havia sim um homem lá, completamente diferente do Mauro, mas por alguma razão desconhecida, ele assumiu por um instante, o seu olhar.

12 comentários:

  1. carlo lazzaroni
    2 de novembro de 2009 às 17:08

    São historias tão bem escritas que se tornam reais. Cara Leila V. têm o dom!

  1. Leila Franca
    2 de novembro de 2009 às 17:20

    Olá Carlo, obrigada por sua visita e suas palavras. Me deixam feliz.
    Leila

  1. FrancK Lavd
    2 de novembro de 2009 às 18:20

    Olá Leila,
    Gosto muito das suas matérias, parabéns!
    Gostaria que lesse a minha última postagem no diHITT, tbem é dedicada aos Finados.
    Vim agradecer-lhe a sua visita e as suas belas palavras comentadas, muito obrigado!
    Fico feliz vê-la por lá, volte sempre!
    Abraço,
    FrancK

  1. Unknown
    2 de novembro de 2009 às 18:26

    Cara amiga, não se deixe enganar! O inimigo neste últimos dias têm arrastados muitos sinceros Cristãos a crêr nas suas aparições. Se modifica na aparência de entes queridos seus - personificam-se tal qual que chegam a ter: odor, cheiro, voz, aparência, segredos que só você e ele (a pessoa que morreu) sabiam ou tinham.

    Mediante a falsa compreensão do estado dos mortos, os anjos caídos enganarão a muitos, até mesmo entre os que se dizem fiéis a Deus. Eles fingirão ser aqueles que já morreram!

    É necessária uma clara compreensão deste assunto e plena confiança na Palavra de Deus, “pois os espíritos de demônios lhes aparecerão, pretendendo ser amigos e parentes amados, os quais lhes declararão que o sábado foi mudado, bem como outras doutrinas não escriturísticas”. EF, 136.

    Os demônios são conhecedores da vida dos seres humanos, e por isso, eles relatam fatos íntimos e demonstram conhecimento de assuntos pessoais, facilitando o engano.

    Como você já sabe, nossa única salvaguarda é a Bíblia. Creia incondicionalmente nela!

    Para saber mais leia no meu blogger o tema: 20 Erros dos Ensinos Espíritas Claramente Definidos.

    Grande Abraço e Fica com Deus.

  1. Leila Franca
    2 de novembro de 2009 às 18:44

    Oi Franck,
    Com certeza irei olhar em poucos minutos. Obrigada pela visita.

    Leila

  1. Leila Franca
    2 de novembro de 2009 às 18:45

    Tony,

    Obrigada pela visita e por deixar seu ponto de vista.

    Leila


  1. 2 de novembro de 2009 às 22:36

    Olá Leila.A mim nunca me aconteceu essas coisas mas ao meu irmão sim.Uma manha ele viu o nosso pai,de costas a sair de casa.Outro dia viu a nossa avó sentada no sofá preferido dela.Eu mandei dizer missas pela alma deles.
    beijinhos
    joana

  1. Principe Encantado
    3 de novembro de 2009 às 08:07

    Visões auauuu muito bom seu texto minha amiga, legal gostei.
    Abraços forte

  1. Anônimo
    11 de dezembro de 2009 às 19:15

    Desculpe, mas não entedi.são reais ou ficção.
    acima Carlos Lazaroni diz que são histórias tão bem escritas..
    Eu na verdade nunca vi nada e tenho muito medo,mas já ouvi relatos de pessoas em quem eu acredito, e fico tentando achar uma falha na história para dizer que não foi nada disso, tava sonhando, etc..

  1. Leila Franca
    11 de dezembro de 2009 às 21:00

    Olá Anônimo,

    Obrigada por visitar meu blog e deixar seu comentário. Carlos Lazaroni deve ter pensado que eu inventei as histórias, mas elas são reais e eu só inventei os nomes das pessoas para não colocar seus verdadeiros nomes. Se você bem observar, não há nada sobrenatural nestas histórias. Não há nada concreto. Apenas tive a sensação de ter visto cada uma destas pessoas que morreram. Foram sensações bem fortes a ponto de me fazer escrever sobre isso. Sou uma pessoa bastante céptica e não costumo acreditar em histórias de fantasmas, mas isso foi algo que eu mesma vi. Então deixo em aberto, cada um que tenha sua conclusão!

  1. Solange e Alessandro
    20 de janeiro de 2010 às 19:45

    Nossa que arrepio.
    Adorei o texto.
    Conforme prometido estou lendo todas suas postagens.
    Já estou quase no fim hein.
    Beijos no Coração.

  1. Anônimo
    12 de agosto de 2013 às 11:48

    saibamos que a verdadeira realidade esta na palavra de DEUS que é a bíblia....pois o adversário de nossas almas o diabo ele conhece nossas fraquesas então não se deixe enganar pois a palavra de deus diz claramente que quem morre não volta segui-se o juízo.

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