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Quem é mesmo você?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009 by Leila Franca


Não há nada pior do que encontrarmos alguém na rua, conversarmos por meia hora e não conseguirmos lembrar quem aquela pessoa é! O interessante é que na maioria das vezes não temos coragem de dizer que não nos lembramos dela. Talvez seja porque aquela pessoa se lembre de tantos os detalhes de nossa vida e tenha ficado genuinamente feliz ao nos ver, enquanto a gente não se lembra de absolutamente nada a respeito dela! Daí, só nos resta aquela cara de tacho, o sorriso sem graça, aquelas respostas indefinidas que quem ouve não sabe dizer se é sim ou se é não (por medo de sermos descobertos) e o alívio quando a pessoa finalmente se despede efusivamente e vai embora.

Mas também... vou lhes contar! Já tive amigos feios que ficaram bonitos, bonitos que ficaram feios, magros que ficaram gordos, obesos que emagreceram, cabeludos que ficaram carecas (opa! aqui não posso dizer o contrário!) e tantas outras mudanças! Noutro dia reconheci um amigo pela voz, que tinha sido a única coisa nele que não havia mudado com o tempo e mesmo assim só lembrei seu nome depois da despedida.

Pior que isso, só mesmo quando uma pessoa que vem em nossa direção cumprimenta alguém que está atrás de nós e a gente responde "Tudo bem!" feito bobo, sem ver que o cumprimento era para o outro, que estaria vindo logo atrás.

Algumas vezes somos pegos de surpresa na nossa própria casa. A campainha toca e quando vamos atender damos de cara com um completo estranho sorrindo e dizendo: "Sou eu!" (Informação que não esclarece coisa alguma!) Por que cargas d'água a pessoa nunca se identifica de forma clara, lembrando em que época, ano, local ou situação nos conhecemos? É um tormento. Por mais que sejamos bons fisionomistas nem sempre é possível identificar de imediato o magrinho que virou gordão, a morena que ficou loura ou o cisne que conhecemos ainda na forma de patinho feio.

Mas, do mesmo modo, existem também aqueles que sabem perfeitamente quem somos, mas fazem questão de fingir que não nos conhecem. Às vezes ficamos por um triz de dizer "Oi! Tudo bem!", chegamos até a abrir a boca e pegar ar para falar, mas engolimos a fala no meio do caminho, quando vemos que o indivíduo continua olhando para um ponto fixo no horizonte e deliberadamente vai fingir que não nos viu. Ficamos a pensar... "Que filho da mãe! Falou comigo semana passada!"

Calma! Com toda certeza este aí é um narcisista desfilando em toda sua pompa! Ele nos vê como objetos e se tornará nosso amigo íntimo assim que precisar nos usar para obter alguma vantagem. Se passou batido, esnobando, é porque não está visualizando nenhuma utilidade em nós naquele exato momento. Não iríamos lhe proporcionar nenhum ganho. Neste caso, apenas deixe o pavão passar! É bom para nós que ele faça de conta que não nos conhece. Amanhã (e para sempre) podemos reforçar este ponto. Afinal, quem precisa de um narcisista? Isso mesmo: ninguém!


1 comentários:

  1. Anônimo
    22 de outubro de 2009 às 23:48

    Engraçado, eu achava que essas coisas aconteciam somente comigo. Houve que encontrei uma pessoa na feira que me parecia alguém que eu conhecia. Cumprimentei-o com aquela convicção de que ele era mesmo um amigo, apertamos as mãos, mas de imediato constatei que havia "pegado um frango".
    Não dei o braço a torcer. Não deixei que ele percebesse o meu embaraço e notei que a recíproca era verdadeira. Foi uma situação muito complicada para mim...
    Acho que nessas situações, a sinceridade fará um melhor papel do que permanecer com o constrangimento da dúvida.
    Tenho pedido desculpas a alguém que conversa comigo do qual não lembro mais o nome. Peço que me diga novamente e eles compreendem a minha falta de memoria.
    JBCPOETA (dihitt)

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