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Aconteceu na fila do banco...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009 by Leila Franca


Todo mundo detesta - odeia - fila de banco, certo? Quando "cai o sistema" (como assim???), as pessoas olham umas para as outras com um ar de indignação e ódio total. Dá um vazio, um desespero, parece que ficamos sem chão, sem pai nem mãe de repente.

Além disso, existem aqueles probleminhas irritantes, que parece que só acontecem na nossa vez: aquele cliente que não sai nunca do caixa, parando a fila, nos deixando a pensar: "que diabos essa pessoa está fazendo ali há tanto tempo?!" Ou então é aquela máquina que está sem papel e você tem que pagar uma conta e precisa do comprovante, a máquina com um bilhete escrito à mão por algum funcionário do banco a dizer que está inoperante, a máquina com a tecla afundada, que bate sempre duas vezes o mesmo número e faz você errar sua senha, a máquina que prende o cartão, a que não lê direito, fazendo parecer que você está com um cartão que não lhe pertence. Isso sem falar daquelas máquinas que não leem direito o código de barras e você tem que ficar ali digitando aquele número gigantesco, contando quantos zeros tem que escrever...

Da fila propriamente dita, acho irritante aquelas pessoas que não se movem do lugar quando a fila anda. Todo mundo dá um passo à frente, mas a partir daquela pessoa ninguém mais pode andar. O pior é quando chega o carro forte, com aqueles seguranças que parecem da SWAT e a gente fica com medo de algum assalto bem na hora que a gente está ali.

Bancos com várias filas ficam ainda mais confusos em dia de muito movimento. Tem a fila do "povo" (o usuário que não é cliente do banco), a dos clientes, dos super clientes, dos idosos, do depósito, do cheque... É muita fila.

Alguns bancos já chegaram à conclusão que colocar uma fileira de assentos para os usuários não é tão caro assim e instalaram poltronas no salão. Em muitos lugares, essas cadeiras são apenas para idosos e deficientes físicos, como se uma pessoa de menos de 65 anos não ficasse cansada também. O pior são aqueles bancos que exibem 20 caixas, mas só 2 funcionam (acontece o mesmo em supermercados). Ou quando você vê que 5 operadores estão sentados lá, mas parece que só um de fato trabalha.

Muitas pessoas conversam nas filas dos banco. A conversa geralmente gira em torno de alguma reclamação, pelo menos começa assim, depois o papo fica mais relaxado e muitos acabam até trocando números de telefone. Também tem aquelas pessoas ingênuas que aparecem com a senha escrita em números garrafais num pedaço de papel.

Noutro dia eu estava numa fila enorme no banco e a um metro na minha frente havia um senhor aparentando seus 75 ou 80 anos. Ele era magrinho e enérgico, com os cabelos totalmente brancos e conversava animadamente com algumas pessoas ao seu redor. Eu não conversava com ele, mas prestava atenção à conversa. A fila dos idosos estava praticamente vazia, devia ter apenas uma ou duas pessoas, e a fila onde aquele senhor idoso e eu estávamos era enorme.

De repente, uma pessoa que estava na minha frente perguntou ao velhinho: "Por que o senhor não vai para a fila dos idosos? Está vazia!" E ele respondeu: "Eu não!!! Aqui é o único lugar que eu converso!!! Se eu for pra aquela fila, vou logo embora pra casa!"

E eu fiquei a pensar... Pois é, enquanto a gente reclama da fila, da demora e de tudo mais, exatamente todas essas coisas são importantes para alguém. O único lugar que o velhinho encontrava com quem conversar era na fila do banco que, para ele, era super importante e que não deveria jamais terminar.


2 comentários:

  1. Castro Digital
    18 de outubro de 2009 às 10:36

    Odeio filas!

    Se pudesse fazia tudo pela net só pra não ter que enfrentar filas!!!!

  1. Marcus Alencar
    18 de outubro de 2009 às 23:31

    Esse caso do velhinho que goste de pegar a fila é muito comum hoje me dia, torna-se até algo assim de destaque quando você percebe muitos reclamando ou apenas com cara feia e ali tem um ser simpático esperando sua vez mas sem muita pressa e com simpatia de sobra, na maioria das vezes.

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